sábado, 9 de maio de 2020

Aulas Presenciais no Continente a partir de 18 de maio - 11º e 12º anos

Segundo um artigo publicado na edição de ontem do Jornal O Público, as aulas presenciais terão este formato a partir de 18 de maio. Aguarda-se as decisões da Secretaria Regional da Educação para a Madeira.


2 disciplinas da Formação Geral e 2 disciplinas da Formação Específica.


Disciplinas triénais que não terão aulas presenciais no 11º ano (Português, Matemática A, Desenho A e História A).


No 11º ano os alunos terão 2 disciplinas da Formação Geral e 2 da Formação Específica, qualquer que seja o seu curso.


No 12º ano os alunos apenas assistem às aulas das disciplinas que têm exame nacional.

As outras disciplinas, as não contempladas no pacote, terão apoio à distância E@D.


bdrmm - Jehnny Beth - Moses Sumney, as descobertas do dia!

bdrmm , prestem atenção a este quinteto de Hull, Inglaterra, eles acabam de lançar "Is that what you want to hear? 5'17" como "aperitivo" para o seu já há algum tempo esperado primeiro disco "Bedroom" a sair a 3 de julho de 2020.


                                                       
Muita atenção a estes meninos!

Jehnny Beth das Savages lança o seu primeiro projeto a solo "To Love is To Live" a 12 de junho. O álbum estava com saída prevista para ontem mas devido à pandemia Covid-19 foi adiado por mais um mês. 
Aqui fica uma amostra do que será o novo disco da cantora Jehnny Beth a solo Heroine, um tema sobre auto-estima e emancipação.
Cá estaremos a 12 de junho para mais "To Love is To Live".



Moses Sumney "Part 2 - Grae"
Diz-nos que "são canções de quem gosta de estar em casa para quem está fechado em casa. É Grae o álbum, que na verdade são dois, de Moses Sumney. Uma das figuras marcantes da música atual. Aqui com este magnífico Cut me. Em fevereiro quando o cantor-compositor norte-americano lançou a primeira metade do álbum com duas partes, Grae, vaticinámos que este poderia ser o seu ano.
E acredito que sim, este será o seu ano não de afirmação, mas de confirmação. Na próxima semana ficaremos a saber mais.








Que avaliação para os nossos alunos?

Ensino e avaliação - 08-05-2020 - Ivo Eduardo Correia
Logo pela manhã deparei-me na caixa de correio com um email da Presidente da minha escola exortando-nos a partilhar um texto escrito por alguém, numa altura em que muitos de nós estamos com dúvidas sobre a avaliação final dos alunos no 3º período. Esta avaliação terá  caracteristicas únicas, já que esta será , pela primeira vez, uma avaliação não-presencial. Nesse texto, o autor sugere que se valorize uma avaliação mais formadora.
Mas afinal o que é isso de avaliação formadora?  
A avaliação é um dos aspetos mais complexos na vida de um professor, atente-se ao quadro acima idealizado por mim. Avaliar, claro que não é simplesmente classificar, ordenar, hierarquizar, premiar ou sancionar. É muito mais complicado, e contempla vários fatores intrínsecos e extrínsecos à própria sala de aula, palco principal de todo o processo.
Os conhecimentos que o aluno adquire ou já adquiriu são uma parte ínfima do todo que é a sua Pessoa. Por outro lado, as atitudes e os valores são parte integrante do seu Eu, também. E, é nessa "bagagem" que cada um deles "carrega" ao longo da sua vida que temos de focar a nossa atenção. É nossa missão promover e desenvolvê-la. Como educadores, somos, por vezes, "faróis" para muitos daqueles que procuram o seu "porto de abrigo",pois estão perdidos.
Os adolescentes enfrentam momentos de incerteza, iniquidade e turbulência com o aproximar dos exames finais tal como nós já os enfrentámos. Acredito, sinceramente, que se sentirão mais confiantes, com conhecimentos valiosos e ferramentas adequadas que lhes possamos proporcionar, para ultrapassarem os exames com sucesso.
Se analisarmos com atenção o quadro acima, facilmente concluimos que "nem tudo é claro como àgua". O sucesso dos alunos depende de vários fatores extrínsecos muito importantes como: o meio familiar, as condições físicas / emocionais e os meios tecnológicos,  e de outros fatores  intrínsecos à escola, tais como: a ideia que têm da escola, o relacionamento com os colegas, professores e funcionários, as expetativas pessoais e familiares, e o seu desempenho, comportamento e aproveitamento escolar.
No entanto, contrariamente a tudo isto, os exames classificam, ordenam, hierarquizam e premeiam ou sancionam todos aqueles que os fazem. Cento e vinte, cento e cinquenta ou mesmo cento e oitenta minutos podem determinar o futuro de um aluno que esteve numa escola durante doze anos.
Será a avaliação assim tão formadora?














sexta-feira, 8 de maio de 2020

Manhãs e fins de tarde

As partes mais belas do dia são os amanheceres e os entardeceres!

Entardecer

Quando o sol cansado vai se pondo,
Uma réstia de sol caminha tranquila
Sobre os montes da ilha.
Declina-se o dia e um vento vago
Traz o cheiro de jasmins.
Sopram versos das flores,
Como ondas em prece ao entardecer.
Sopros da terra que em flor palpitam,
Exalando a vida e seus perfumes.
Sombras lilases vagueiam no céu,
A tarde declina no silêncio,
Esmaecendo-se suave e melancólica.
Da janela onde me encontro,
Os olhos acompanham as sombras
Desenhando-se nos montes.
Que me importa estar aqui nesta sala,
Onde o trabalho me prende ao chão,
Se minha alma cria asas e se arrebata
Na beleza do cenário, agradecida
Pelo terno abraço desta tarde...
sonia schmorantz











Amanhecer
Levanta a cortina dos teus olhos,
contempla a maravilha
do amanhecer.
A vida é uma criança,
esperta, bonita,inteligente
passa correndo,
é preciso ver.
Acredita,
enquanto há tempo:
não existe dor sem alento
nem tristeza tão longe da alegria.
Quando a luz de cada dia
acende a vida,
iluminando o amanhecer,
não vacila,
toma posse
da imensa alegria de viver.
Ivone Boechat

P.S. As fotos são da minha autoria.

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Que futuro para a Educação?!



E agora?
A pandemia Covid 19 tem levantado muito interrogações sobre o futuro da raça humana, em geral, e de cada um nós, profissionais dos mais variados ramos de atividade, em particular.
Como docente de uma escola secundária da região autónoma da Madeira vejo, com alguma apreensão, o futuro de todos os envolvidos na área da educação. Os mais alarmistas dirão "vem aí o caos", mas como sou ótimista, acredito que todos os envolvidos no projeto educativo encontrarão  soluções adequadas que, de uma forma ou de outra, irão ao encontro dos novos hábitos e condutas que teremos forçamente de seguir, logo que o ensino seja novamente presencial.

Receio que a maioria de nós ainda não se tenha apercebido bem das profundas alterações que irão afetar a vida diária a todos os níveis - trabalho, lazer, laços familiares e sociais, etc. Novos horários, turmas menores, horários para docentes e discentes repartidos pela manhã e pela tarde, disposição das salas, os intervalos entre as aulas, o funcionamento das cantinas e dos bares, a partilha de balneários e as aulas de Educação Física, o papel dos funcionários.Todos nós teremos de dar o nosso contributo para que "o barco navegue até bom porto".
Aos docentes têm sido colocados imensos desafios ultimamente. O futuro é incerto, ainda, mas aqui estaremos para lidar com eles.
 "A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio". Martin Luther King  
 Os docentes e os discentes têm tido à sua disposição várias opções para ultrapassar a ausência de aulas presenciais e, juntos, têm colaborado da melhor maneira para que todos alcancem os seus objetivos - ensinar e aprender. As aulas à distância - E@D, o Telensino, o uso das novas plataformas digitais de comunicação, juntos com o mesmo propósito - O conhecimento.
Reconheço que todos os envolvidos neste processo, nunca antes tendo trabalhado desta forma, têm dado o seu melhor, mesmo sem formação adequada e com muitos condicionalismos informáticos. Será a altura de todos nós, como sociedade, e sem preconceitos mesquinhos, olharmos para esta classe de homens e mulheres que tanto têm dado de si, dia e noite, para que aos seus alunos nada lhes falte. 


Uma última palavra de apreço aos colegas de profissão que, todos os dias, têm a função de transmitir, perante as câmeras de televisão, conhecimentos científicos das mais variadas áreas, não obstante a tremenda pressão a que estão sujeitos e a insegurança que sentem quando gravam as suas aulas.











Descobertas de 7 de maio 2020



Descobertas musicais do dia!


Alles in Allem, tema- título do novo disco da banda berlinense Einstürzende Neubauten , chegou hoje aos meus ouvidos. Estou agradavelmente surpreendido com as suas sonoridades calmas. Um hino tranquilo e melódico com a intensidade habitual destes alemães com data já marcada para o seu novo registo - 15 de maio.
Aguardo com muito interesse.


Desde 2012 que as "pedras rolantes", ladies and gentlemen! - The Rolling Stonesnão lançavam um tema novo. Aqui está ele. Uma das minhas descobertas do dia, - Living in a Ghost Town, completamente inovador nas sonoridades apresentadas, representa os momentos de confinamento que estamos a viver um pouco por todo o lado. Ansiosamente à espera do novo álbum destes "velhotes" da música. De referir que, de acordo com Keith Richards " este tema foi editado em Los Angeles em 2019 para um novo álbum". 
Curioso estou por este seu novo trabalho!!!


As melhores da semana de 6 a 12 de maio!

Esta semana proponho alguns sons bem alternativos para animarem os longos dias / noites de confinamento obrigatório Covid-19.
São alguns bons álbuns que, quem sabe se no futuro não serão referidos em muitas compilações do género.

1. Caleb Landry Jones - The Mother Stone - Flag day/ The mother stone 7' 32"

Disco de estreia de um ator de cinema e televisão que enveredou, e bem, pela música. Um clássico, antes de o ser.













2. Houses of Heaven - Silent Places - Sleep 4'11"

Os californianos "Houses of Heaven" são uma agradável surpresa, percursores de uma vertente musical synth-punk-industrial, Silent Places, editado há pouco tempo é reflexo do caos da vida moderna. A ouvir com atenção.


3. Field Works - Ultrasonic - Eluvium / Dusk Tempi 6'00"

Não! Nem sempre são os maus da fita, acusados de serem os responsáveis pelo vírus Covid 19, estes morcegos do Indiana - EUA dão voz ao mais recente  projeto de Stuart Hyatt, líder dos Field Works. Estes animais relaxam e de que maneira.













4. Bad History Month - Old Blues - waste not 13'07"

13 minutos de puro deleite a ouvir a faixa waste not dos Bad History Month a banda de Sean Sprecher, músico aclamado da cena alternativa norte-americana.













5. Marlin's Dreaming - Quotidian - Cabbage Tree 4'28"

Banda neozelandeza, que mistura um pouco de tudo, neste seu álbum de 2020, Psych, Dream Pop e Indie Brit Pop. Adorei!













6. Other lives - For their love - Sound of violence 3'46"

For their love é um conjunto de dez temas que devem ser degustados vagarosamente como um bom vinho. Fala de amor e da sua perda. Jessie Tabish, cantor folk que apaixona quem ouve as suas melodias.


 7. Beverly Kills - Elegance is a state of crisis EP - Divine 3'58"

Banda escandinava de Gotemburgo. Na área do post-punk, indie pop, este EP, de abril 2020, tem cinco temas que se iluminam com a voz cristalina de Alma Westerlung, que dá a este álbum uma luminosidade fora do vulgar. 


8. Zsela - Ache of Victory EP - Drinking 3'22"

Cantora e compositora novaiorquina, aparece agora  por estas bandas com o seu EP de estreia  Ache of Victory. Voz poderosa da música alternativa norte-americana. A não perder de vista!













9. Surfrock is dead - Existencial Playboy - Typical Cliché 4'03"

De Brooklyn, chega até nós o projeto, bem interessante, diga-se de passagem, de dois norte-americanos Joel Witenberg e Kevin Pariso. Surfrock is dead, de seu nome, cativa-nos pela novidade e irreverência com que apresentam Existencial Playboy. A seguir com todo o interesse.













10. Ghostpoet - I grow tired but dare not to fall - Concrete pony 4'06"

Faz lembrar Massive Attack ou Tricky. Um disco de reflexões, estados de perdição e depressões. Este registo vem na linha de anteriores que este músico e compositor já nos presenteou. Oiçam-no incessantemente.






domingo, 3 de maio de 2020

A uma super Mãe, a minha!


03 de maio de 2020
Hoje é o teu dia. Um dia muito especial para todos, sem exceção. Todos nós somos ou fomos filhos de uma mulher - Mãe. Diz-se, com razão, que um filho cresce mais saudável e torna-se Homem com um pai e uma mãe. Todavia, a Natureza, na sua imensurável sabedoria, deu à mulher poderes especiais. O filho vive nove meses no seu útero e cria uma ligação tão intensa com aquela que o gerou, que mais ninguém consegue igualar. A mãe está sempre presente - na saúde e na doença. "A mãe é feita de tudo aquilo que um filho precisa". 
A minha mãe foi uma super mãe, eu, talvez, não tenha correspondido à grandeza dos seus atos. Generosa, atenciosa, altruísta, os filhos em primeiro lugar, sempre! Noites de sono perdido quando saía, não me lembro de um atitude punitiva, mas sim uma condescendência imensa. Nas minhas festas, uma excelente relações públicas para com os meus amigos, prestável, comunicativa, de espírito jovem, impunha a sua "autoridade" de uma forma natural, nunca questionada por quem quer que fosse. Adorou as namoradas e as mulheres que eu tive como se fossem filhas suas. Era uma segunda mãe, jamais uma sogra. 
Sinto que ela ainda nos protege nos momentos de maior alflição. "O céu ganhou uma estrela", uma frase gasta pela seu uso excessivo, contudo, é a única que me ocorre neste momento de homenagem a uma mãe singular e singela, amada, admirada e relembrada sempre com muito carinho. Felizmente a minha mãe não é única. Conheço algumas que são Super Mães, os seus filhos são as pessoas mais importantes e especiais das suas vidas.
Por isso, neste dia, e em todos os outros 364 dias do ano, faço um apelo - amem a vossa mãe acima de tudo e digam-lhe quão especial ela é para todos vós. Estamos todos infinitamente gratos às nossas Mães. Feliz dia, Mãe. Obrigado Mãe pela vida que me deste, estou-te grato pelo homem que hoje sou.     

sábado, 2 de maio de 2020

As Máscaras estão de volta!

 Uma máscara é um acessório utilizado para cobrir o rosto. É utilizada para diversos propósitos: lúdicos (bailes de máscaras, Carnaval), religiosos, artisticos ou de natureza prática - máscara de proteção. 
Por outro lado, o véu é um tecido ou peça de vestuário, utilizado quase exclusivamente por mulheres de diferentes culturas. Serve para cobrir totalmente ou em parte a cabeça e a face. Uma variedade de peças de vestuário para a cabeça são usadas por mulheres e meninas muçulmanas de acordo com o hijab (o princípio da modéstia no vestuário), normalmente sendo referidos no ocidente como véus. O principal objetivo do véu muçulmano é ocultar aquilo que poderia ser considerado sexualmente atraente para os homens. Muitas dessas peças de vestuário cobrem os cabelos, orelhas e garganta, mas não a face.
O uso de véus e coberturas para a face de mulheres muçulmanas levantou questões políticas em diversos países devido ao terrorismo.
Ironicamente, a partir de uma situação de pandemia que implica risco elevado de contágio por vírus, o uso obrigatório da máscara é um facto. E como a necessidade aguça o engenho, já há, neste momento, uma indústria florescente de elaboração de máscaras, umas mais artisticas, outras mais comedidas e simples.
A máscara cobre o rosto, logo este acaba por perder a importância num primeiro contato visual, quer seja atraente ou não. Os olhos, por sua vez, ganham um interesse acrescido. "Os olhos são o espelho da alma" e como Louise Madeira afirmou "Em tempo de máscaras faz diferença saber sorrir com os olhos".  
Lembro-me de um cruzeiro  pelo Rio Tamisa, numa das viagem que fiz com os meus filhos a Londres. Conversávamos e ,de repente, visualizo um casal árabe, a senhora com a face coberta por um véu, apenas deixando entrever os seus olhos verdes. O fascínio daqueles belíssimos olhos relegaram para segundo plano qualquer outro juízo que, porventura, fizesse.  

segunda-feira, 27 de abril de 2020

A Paixão segundo Jeanette Winterson



                          
A Paixão
Jeanette Winterson
Elsinore, 2020, trad. de Paulo Osório de Castro,
206 páginas, € 16,59
Romance

A "Paixão", foi publicado originalmente em 1988 e inédito em Portugal.
Cozinheiro dedicado de Napoleão em 1805, Henri é um soldado inocente e ingénuo que está encarregue de que nunca falte frango na mesa de Napoleão, e cuja devoção pelo imperador se transforma em ódio com o violento desenrolar da campanha russa. Entra ao seu serviço em França e segue-o até à Russia. Desesperado por escapar às agruras da frente russa, Henri acaba por conhecer Villanelle, uma jovem veneziana de cabelos vermelhos, herdeira de uma família de barqueiros em fuga da sua própria sombra, e cujo coração foi perdido e apostado no jogo. Juntos fogem de uma Moscovo sitiada em direção à decadência de Veneza, cidade das máscaras, do carnaval, da sorte e do azar, onde, «entre o medo e o sexo», poderão, finalmente, encontrar o seu destino.
A inocência e a ingenuidade de um homem, Henri, que acredita em valores superiores como a fé e a confiança total em Napoleão, qual Sancho Pança, e, mais tarde, no amor incondicional por Villanelle uma mulher misteriosa e singular, faz desta personagem um ser humano singular. Henri ama e sofre, e desilude-se com ambos, porque nenhum corresponde ao que ele anseia. A tragédia tem lugar, e a reclusão revela-se, pois, o único espaço onde ele se sente verdadeiramente bem. 
"Não faz sentido amar alguém ao lado de quem nunca poderemos acordar, a não ser por acaso".
Villanelle, crescida na cidade das máscaras, às vezes ela, às vezes ele, chega a confessar: " A paixão é menos uma emoção do que um destino".
A Paixão divide-se em quatro capítulos: O Imperador; A Rainha de Espadas; o Inverno Zero; e o Rochedo. Numa linguagem simples e descritiva, Winterson leva-nos até a época das invasões napoleónicas para leste até à Russia dos Czares, e à Veneza mágica da nossa imaginação. Os nossos sentidos aguçam-se a cada momento. Do riso, ao espanto e à lágrima ao canto do olho, de tudo um pouco experienciamos. Uma fantástica viagem no tempo. "A Paixão" é um livro curto, rigoroso nos detalhes históricos, e de quando em vez, lembra os contos das "Mil e Uma Noites": "Conta-se a história duma princesa exilada, cujas lágrimas se transformavam em jóias à medida que caminhava."
Uma leitura a ter em conta, em tempo de quarentena! Jeanette Winterson tem disponível na Elsinore o seu romance que foi candidato ao Man Booker Prize, 2019 - Frankissstein

domingo, 26 de abril de 2020

A minha avó Gabriela

  Das casas de São João e dos Louros guardo poucos recordações. Lembro-me sim, da Rua das Rosas, local dos nossos almoços dominicais e de aventuras excitantes. O meu pai deixava-nos pela manhã e ficávamos até ao final da tarde. A sua casa não era muito convencional. Lá, viviam para além da minha avó materna, Gabriela: a tia Rita; a tia Filó,a irmã da minha avó, uma mulher "sinistra", mas extremamente carente de afeto e atenção, que nos interpelava à chegada e à saída; No andar inferior, vivia uma senhora, que aparentava a idade da minha avó, professora primária, creio.
  O meu avô, infelizmente, não tive o prazer de conhecê-lo, pois já tinha falecido quando nasci. 
A minha avó Gabriela, na altura, nos seus sessenta anos, era uma mulher sofrida, porém estóica, resiliente e muito afável no trato. Educou as suas duas filhas com rigor e esmero, apesar de não ter tido uma educação superior. Ensinou-me muitas coisas, à sua maneira, com ela aprendi as horas com apenas cinco anos. Foi um orgulho, quando recebi o meu primeiro relógio.
Quando nos visitava, geralmente aos sábados à tarde, trazia-me umas flores laranjas, como as que estão na imagem, gaitinhas. Com elas ensinou-me a soprar e a criar sons que eu adorava. Aquela mulher transpirava Amor por todos os seus poros. Era uma mulher muito ótimista, que amava as filhas e os netos acima de tudo, não obstante as agruras da vida. Vinha de uma família muito numerosa como era apanágio na segunda metade do século XX. Nada faltou às filhas. 
Após todos estes anos, ao me recordar da sua pessoa, apercebo-me que a minha mãe era uma cópia fiel de sua mãe. Felizmente, a minha mãe herdou as melhores qualidades da minha avó. 
Até um dia, querida avó Gabriela!





Poem of the Day


Bernard O’Donoghue’s most recent collection is The Seasons of Cullen ChurchLives of Houses, the anthology from which this poem is taken. We live peril times!







Safe Houses

I find that I have started recently
to keep spare keys to the front door                             
in several pockets, such is my fear
of being locked out. Caught by the wind
the door could shut quietly behind you,
leaving you to face the outer world alone.
Once safe inside I don’t put on the chain.     
In guerrilla conflicts, the combatants
change their safe house at intervals
to give their hosts a rest from listening
for the thump on the door in the early hours,
as at the end of winter you escape
from cold and dark by making for
the sunnier climates to the south.
But where do we retreat to in the end
when the call to open up will not subside?
Kate in her nineties was no longer fit
to mind herself, so they took her in
to the Lee Road. When I called to see her
the nurse unlocked the door to the main room
and turned the key again behind me.                          
She was there with twenty other women,                             
all chattering and laughing like the magpies                          
in Purgatorio, not to each other
but to the unhearing outside world.
I thought of Masaccio’s grieving couple,
not grasping what they’ve been exiled from,

some corner where the serpent cannot reach.

Bernard O’Donoghue  

sábado, 25 de abril de 2020

O 25 de abril


O 25 de abril representou uma mudança de paradigma, o desejo de um povo em se libertar das "algemas" e "mordaças" de um regime opressivo - "a noite e o silêncio", e iniciar um novo sonho, a Liberdade, para "habitar a substância do tempo". Este percurso nem sempre foi "um dia inicial inteiro e limpo", mas deu liberdade de expressão a muitos que nunca a tiveram.
Nestes momentos de "noite e silêncio" /confinamento devido a uma "opressão" viral, também nós aspiramos por um "novo dia inicial inteiro e limpo" onde possamos ser novamente donos da nossa liberdade de escolha e circulação.


Por aqui e por ali - Memórias e sensações

24 de maio 2020 sexta-feira

Este novo blogue pretende ser um espaço onde darei azo aos meus sentimentos, impressões, comentários sobre fotografia, profissão, livros, filmes, de tudo um pouco. Estou a me iniciar na arte do bloggismo, por isso, espero, aos poucos, aperfeiçoar a minha técnica literária e artistica.


Esta foto foi tirada há dois anos e representa para mim as forças energéticas (natureza e humana) em comunhão. O momento foi raro, consequentemente ficará para a eternidade no papel e na memória.



Paixões - Parte 1

Uma das minhas grandes paixões, desde que eu me lembro, tem sido a música. Ao longo da minha vida, ela sempre funcionou como um escape.
  Quando comecei na Faculdade em 1980, tive o primeiro contato com as suas tendências menos comerciais. Os culpados, obviamente, os grandes Homens da Rádio, o António Sérgio com o seu fabuloso  Som da Frente e o Rock em Stock do Luís Filipe Barros. Foram tardes e noites perdidas, a ouvir, extasiado, bandas e canções completamente novas para mim. U2, Simple Minds, Flock of Seagulls, Madness, Joy Division, e outros tantos. 
 Com a mesada que recebia, lá ia comprando os meus LPs importados, geralmente no Apolo 70, um Centro Comercial na zona do Campo Pequeno. Lá existia uma pequena loja de discos, muitos deles importados. A sensação de os ter na mão depois de os ouvir tantas tardes e noites era imensa e indiscrítivel.
 As chegadas à Madeira revelavam-se frenéticas, era imperioso mostrar aos meus amigos as grandes novidades do "mundo civilizado". Muitos entusiasmavam-se porque elas eram sinónimo de festas de "arromba" durante algumas tardes em minha casa, com a mestre de cerimónias, a amável e generosa  relações públicas, muito estimada, por sinal, a minha Mãe. 
  Belos tempos, belas memórias. Sempre que tenho disponibilidade reservo um pouco do meu tempo para usufruir de uma das minhas grandes paixões, e bálsamo de momentos mais dificeis - a Música.

                           António Sérgio







Luís Filipe Barros        

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Sujectividades aqui e ali!

Pretendo com este meu novo blogue vivenciar memórias, experiências, imagens, de tudo um pouco. A minha opinião será apenas mais uma. Será a minha interpretação e interação do e com o mundo. Não tenho a intenção de fazer carreira literária, apenas escrever pela paixão de o fazer.
Vamos lá então começar esta aventura!



  As forças energéticas em comunhão!

Forças humanas e naturais, aqui, de mãos dadas, fazendo toda a diferença nas fotos.