sábado, 7 de junho de 2025
A ORIGEM DO TERMO "..............”
O amor que atravessa o tempo em García Márquez
Junho, mês dos namorados: O amor que atravessa o tempo em García Márquez
Antoine de Saint-Exupéry
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Encontro de Goethe e Beethoven
Encontro de Goethe e Beethoven
Artigo escrito por Tiago Luz Pedro na edição do Público de hoje!
Trump e Musk, o fim de um casamento tóxico
- Público - Edição Lisboa
- Tiago Luz Pedro
A história mostrou, uma vez mais, que alianças construídas sobre o narcisismo e o desprezo pelas instituições acabam sempre em tragédia ou farsa
Era inevitável, mas nem por isso deixou de ser menos revelador. A ruptura pública entre Donald Trump e Elon Musk, transmitida em directo e em modo “vale tudo” nas redes sociais, é o fim ruidoso de uma aliança tão funcional quanto tóxica. Enquanto durou, ambos ganhavam: Trump emprestava o Estado à fantasia messiânica de Musk; Musk dava ao trumpismo o selo de inovação e o capital de influência junto das elites digitais. Durou 136 dias. E, como em todas as histórias movidas por egos e vaidade, terminou em espectáculo.
Musk ajudou a financiar a campanha de Trump, a amplificá-lo nas redes, a conferir-lhe uma credibilidade tecnológica que a Presidência nunca teve. Trump, por sua vez, ofereceu acesso privilegiado ao coração do poder, às verbas públicas, à máquina federal. O que os uniu não foi tanto uma visão partilhada para o país, mas sobretudo a crença cínica de que o sistema é um obstáculo a contornar. E que os fins — poder, influência, dinheiro — justificam todos os meios.
Durante semanas, Musk foi o “czar da eficiência” na Casa Branca — leia-se, o homem que entrou de motosserra na administração pública, cortando a eito e coleccionando inimigos com a ligeireza de quem bloqueia contas no X. Trump, encantado com a performance, tratava-o como visionário e “primeiro amigo”.
Juntos, encarnavam a fusão perfeita entre o poder económico extremo e a agenda MAGA – uma união de conveniência entre a tecnocracia libertária de Silicon Valley e o nacional-populismo trumpista. Só que a história mostrou, uma vez mais, que alianças construídas sobre o narcisismo e o desprezo pelas instituições acabam sempre em tragédia ou farsa.
Foi uma simples divergência legislativa a acender o rastilho. Musk não suportou que a “grande e bela lei” orçamental de Trump não lhe servisse os interesses corporativos; Trump não tolerou que alguém ousasse contestá-lo. O resultado foi uma avalanche de insultos, ameaças e retweets vingativos, com Trump a ameaçar cortar contratos bilionários e Musk, no auge do delírio, a ressuscitar o nome do pedófilo Jeffrey Epstein, a propor um novo partido centrista e a deixar escapar um tímido “sim” à hipótese de destituir o Presidente que o próprio ajudou a eleger.
No fim, não são Trump nem Musk quem mais perde. É a democracia americana. Quando as alianças mais influentes da política mundial se desfazem em memes e vendetas nas redes sociais, a questão deixa de ser “quem tem razão” e passa a ser “o que resta para defender”. A resposta, infelizmente, é “cada vez menos”.
sexta-feira, 6 de junho de 2025
Uma questão de educação!
Isso agora já não sei
- Público - Edição Lisboa
- Miguel Esteves Cardoso
Numa coisa somos todos mal-educados: não sabemos quando parar. Se alguém nos faz um favor, em vez de o aceitar e agradecer, esticamos a corda, a ver se ainda nos faz outro. Eu que o diga: do uso ao abuso vai um saltinho.
Fui a uma aldeia à procura de uma “livraria online”: uma casa onde alguém tem livros para vender. Toquei à campainha. Nada. Vi uma senhora que estava a olhar para mim, possivelmente a pôr-se a jeito para ser interrogada. Mas, como eu não lhe fiz pergunta nenhuma, ela adiantou: “Não está ninguém.”
“É aqui que vive um senhor que costuma vender livros?”, perguntei.
“É, é”, respondeu a senhora, “ele saiu há bocadinho.”
Aqui, eu deveria ter agradecido a informação que aquela boa alma me tinha dado. Tinha confirmado que era ali a livraria que eu queria visitar e que o dono estava por lá. Mas fui ganancioso e quis abusar: “Sabe quando é que ele volta?” E aí ela não perdoou, usando uma das nossas mais preciosas fórmulas: “Isso agora já não sei!”
Na polícia, ensinam os graduados a fazer perguntas até elas derraparem, ou baterem no fundo. Só assim se sabe que o interrogado já despejou tudo o que tinha para despejar. O esforço para obter uma boa descrição física de um bandido só acaba quando a testemunha não se lembra da cor exacta das peúgas. Mas isso não é boa educação: é luta contra o crime.
O “isso agora já não sei” é, em si, um sinal de extrema boa educação. O que a senhora gostaria de dizer é: “Já agora, peça para me saltar para as costas, para eu o levar de cavalitas ao café onde o homem deve estar a beber a bica.”
A senhora voluntariou-se, ofereceu o tempo e a sabedoria dela, para me facilitar a vida. Eu não lhe pago por isso, mas, mesmo assim, acho que tenho o direito de a esmifrar até ela tossir toda a informaçãozinha que contiver.
“Isso agora já não sei” significa: “Vocês, os da cidade, são todos iguais: chegam aqui, à procura de merdas que não interessam a ninguém, e tratam-nos como se fôssemos vossos caseiros.”
Pangeia
Pangeia foi um supercontinente que existiu entre 335 e 200 milhões de anos atrás. Era formado por todos os continentes da Terra, cercado pelo superoceano Panthalassa. O nome Pangeia vem da palavra grega pangaia, que significa “toda a Terra”.
The Joanina Library
The Joanina Library in the Universidade de Coimbra is a hidden gem in Portugal





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