Carmen Miranda embarcou para Londres no dia 15 de abril de 1948, para uma temporada de quatro semanas no London Palladium, dirigido por Vic Parnell — a versão inglesa dos teatros Shubert. Do lado do palco, Carmen ouvia atentamente enquanto o ingénuo mestre de cerimónias a apresentava:
— Esperamos que a plateia não estranhe a nossa estrela e compreenda o seu género musical, absolutamente inédito para os ingleses — disse ele.
Carmen foi a primeira artista latina a se apresentar no histórico teatro da Argyll Street. Por isso, o mestre de cerimônias sentiu-se na obrigação de “explicá-la” — e à sua música. Mas não era necessário. Quando Carmen surgiu no palco, as 2.500 pessoas que o Palladium comportava ficaram de pé. Os aplausos começaram… e pareciam não querer terminar. Falou-se em vários minutos de ovação — e, para os músicos posicionados atrás de Carmen, essa ovação teve a duração de uma eternidade.
Essa troca de amor repetir-se-ia, de forma abreviada, nas apresentações para as plateias que lotaram o Palladium duas vezes por dia (às seis e às nove da noite) durante toda a sua temporada — que não durou apenas quatro, mas seis semanas, porque os londrinos não queriam deixá-la partir.
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