E agora?
A pandemia Covid 19 tem levantado muito interrogações sobre o futuro da raça humana, em geral, e de cada um nós, profissionais dos mais variados ramos de atividade, em particular.
Como docente de uma escola secundária da região autónoma da Madeira vejo, com alguma apreensão, o futuro de todos os envolvidos na área da educação. Os mais alarmistas dirão "vem aí o caos", mas como sou ótimista, acredito que todos os envolvidos no projeto educativo encontrarão soluções adequadas que, de uma forma ou de outra, irão ao encontro dos novos hábitos e condutas que teremos forçamente de seguir, logo que o ensino seja novamente presencial.
Receio que a maioria de nós ainda não se tenha apercebido bem das profundas alterações que irão afetar a vida diária a todos os níveis - trabalho, lazer, laços familiares e sociais, etc. Novos horários, turmas menores, horários para docentes e discentes repartidos pela manhã e pela tarde, disposição das salas, os intervalos entre as aulas, o funcionamento das cantinas e dos bares, a partilha de balneários e as aulas de Educação Física, o papel dos funcionários.Todos nós teremos de dar o nosso contributo para que "o barco navegue até bom porto".
Aos docentes têm sido colocados imensos desafios ultimamente. O futuro é incerto, ainda, mas aqui estaremos para lidar com eles.
"A verdadeira medida de um homem não é como ele se comporta em momentos de conforto e conveniência, mas como ele se mantém em tempos de controvérsia e desafio".— Martin Luther King
Os docentes e os discentes têm tido à sua disposição várias opções para ultrapassar a ausência de aulas presenciais e, juntos, têm colaborado da melhor maneira para que todos alcancem os seus objetivos - ensinar e aprender. As aulas à distância - E@D, o Telensino, o uso das novas plataformas digitais de comunicação, juntos com o mesmo propósito - O conhecimento.
Reconheço que todos os envolvidos neste processo, nunca antes tendo trabalhado desta forma, têm dado o seu melhor, mesmo sem formação adequada e com muitos condicionalismos informáticos. Será a altura de todos nós, como sociedade, e sem preconceitos mesquinhos, olharmos para esta classe de homens e mulheres que tanto têm dado de si, dia e noite, para que aos seus alunos nada lhes falte.
Uma última palavra de apreço aos colegas de profissão que, todos os dias, têm a função de transmitir, perante as câmeras de televisão, conhecimentos científicos das mais variadas áreas, não obstante a tremenda pressão a que estão sujeitos e a insegurança que sentem quando gravam as suas aulas.