terça-feira, 9 de setembro de 2025

José Torres

 Nasce em Torres Novas (Portugal), José Augusto da Costa Sénica Torres (José Torres), ex-jogador de futebol, que atuava como ponta de lança..

Grande companheiro de Eusébio, chegou no Benfica em 1959 (258 jogos e 229 gols), depois jogou no Vitória de Setúbal e no Estoril.
Por Portugal, disputou 33 partidas e marcou 14 gols. Foi o treinador de Portugal na Copa do Mundo de 1986.
Pelo Benfica foi Campeão Português em 1959/60, 1960/61, 1962/63, 1963/64,1964/65,1966/67,1967/68,1968/69 e 1970/71.
Taça de Portugal em 1961/62,1963/64,1968/69 e 1969/70.
Da Liga dos Campeões da Europa em 1960/61 e 1961/62.
Faleceu aos 71 anos de idade, no dia 03/09/2010.
8 de setembro de 1938



A face norte do Eiger

 No verão de 1936, quatro jovens alpinistas — os alemães Andreas Hinterstoisser e Toni Kurz e os austríacos Willy Angerer e Edi Rainer — uniram forças para escalar a face norte do Eiger, a parede mais temida dos Alpes suíços.

O destino atingiu logo: uma pedra feriu Angerer na cabeça, enfraquecendo a equipa. Após dias de sofrimento e clima cada vez mais hostil, eles decidiram descer. Foi então que uma avalanche arrastou Hinterstoisser para a morte e esmagou Angerer e Rainer contra a parede. Kurz ficou pendurado no vazio, suspenso dos seus companheiros mortos, pedindo ajuda com as últimas forças.
O eco dos seus gritos chegou aos guardas da ferrovia, que deram o alarme. Os resgatadores subiram o máximo que puderam, mas o mau tempo só permitiu que eles se aproximassem a alguns metros. Kurz, com um braço congelado, tentou descer sozinho. Por mais de cinco horas lutou com as cordas e os nós, até que um ficou preso no mosquetão. Não aguentava mais.
Com a equipa de resgate a apenas 40 metros de distância, Kurz murmurou as suas últimas palavras: «Ich kann nicht mehr» — «Não posso mais» — e deixou-se cair.
A sua morte, à vista daqueles que tentavam salvá-lo, tornou-se uma das tragédias mais lembradas da história do alpinismo. Uma lição de resistência, desespero e o preço extremo que a montanha pode cobrar.



Miguel Esteves Cardoso volta em grande! no Público de hoje!

 

Tratemo-nos como elefantes

Dizem que amar faz bem e odiar faz mal, mas amar também faz mal. Todas as emoções extremas fazem mal. Separá-las artificialmente não engana ninguém. Veja-se o amor. Esquecemo-nos de dormir, de comer, dos amigos, da família, e dos nossos próprios interesses enquanto seres independentes e humanos. Odiar faz muito mal. Adoece e mata. Envenena e entristece. É um triunfo não odiar. Custa, mas vale a pena. O coração é pequeno e não cabe lá nada: para quê enchê-lo do que não presta?

O que faz bem não é amar. Mas também não é a indiferença. A indiferença é o contrário da vida. O que faz bem é uma indiferença que se enternece. É um encanto passageiro, uma compreensão dos outros, um não ligar e deixar viver: um não querer impingir a ninguém o que pensamos.

O objectivo é tentar pensar nos outros seres humanos como pensamos nos elefantes. Temos pelos elefantes um misto de respeito, ternura e de tolerância. Deixamo-los ser como são, mesmo quando são maus, por sabermos que dali por pouco serão espantosamente bons.

Já fomos maus com os elefantes — e muitos de nós ainda somos. Mas estamos a melhorar, a sentirmo-nos cada vez mais abençoados por vivermos no mesmo mundo que eles.

Amamos os elefantes? Não, quase nunca pensamos neles. Só quando os vemos é que nos lembramos do muito que gostamos deles. Mas gostar também dá para o torto. As pessoas de quem gostamos desiludem-nos.

É muito melhor a indiferença fascinada, a curiosidade que consente, a aceitação fácil, o sentirmos que andamos todos ao mesmo, e que estamos todos no mesmo barco. Ninguém tem o direito de se achar melhor do que os outros — ou, então, toda a gente tem.

Se um elefante aparecer no cimo da rua, deambulando em direcção a nós — digamos, uma manifestação de extremistas, gritando em favor de uma coisa que abominamos — arranjamos sempre maneira de deixar que o elefante passe.

Fazemos bem. Temos um bocadinho de medo, mas também um bocadinho de respeito e de compreensão.