terça-feira, 9 de setembro de 2025

A face norte do Eiger

 No verão de 1936, quatro jovens alpinistas — os alemães Andreas Hinterstoisser e Toni Kurz e os austríacos Willy Angerer e Edi Rainer — uniram forças para escalar a face norte do Eiger, a parede mais temida dos Alpes suíços.

O destino atingiu logo: uma pedra feriu Angerer na cabeça, enfraquecendo a equipa. Após dias de sofrimento e clima cada vez mais hostil, eles decidiram descer. Foi então que uma avalanche arrastou Hinterstoisser para a morte e esmagou Angerer e Rainer contra a parede. Kurz ficou pendurado no vazio, suspenso dos seus companheiros mortos, pedindo ajuda com as últimas forças.
O eco dos seus gritos chegou aos guardas da ferrovia, que deram o alarme. Os resgatadores subiram o máximo que puderam, mas o mau tempo só permitiu que eles se aproximassem a alguns metros. Kurz, com um braço congelado, tentou descer sozinho. Por mais de cinco horas lutou com as cordas e os nós, até que um ficou preso no mosquetão. Não aguentava mais.
Com a equipa de resgate a apenas 40 metros de distância, Kurz murmurou as suas últimas palavras: «Ich kann nicht mehr» — «Não posso mais» — e deixou-se cair.
A sua morte, à vista daqueles que tentavam salvá-lo, tornou-se uma das tragédias mais lembradas da história do alpinismo. Uma lição de resistência, desespero e o preço extremo que a montanha pode cobrar.



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