domingo, 2 de fevereiro de 2025

O Tempo e Salvador Dalí

 A Persistência da Memória -Salvador Dalí

Em 1934, Salvador Dalí, pintor catalão radicado em Paris e uma das figuras líderes do grupo surrealista, expõe numa galeria de Nova Iorque, o quadro "A persistência da memória" (1931), o que se tornaria num dos momentos fundamentais da sua carreira artística, responsável pelo incremento da sua notoriedade pública. De facto, os relógios moles - designação muitas vezes atribuída a este quadro - transformaram-se de imediato num dos ícones mais fortes e característicos da sua obra.
Na tela encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas tendo como fundo a paisagem de Porto Lligat, localizado no norte de Espanha, (memória de infância de Dalí). Segundo o próprio autor, a solução formal dos relógios derivam de um queijo camembert que Dalí se encontrava a observar enquanto pintava. As suas formas sensuais têm uma evidente conotação sexual, nomeadamente o que se encontra no centro do quadro, estendido sobre uma pedra que simula o retrato do artista.
Dali via os relógios como instrumentos normalizados e exatos que traduziam de forma objetiva a passagem do tempo. O facto de os dotar de formas orgânicas remete-os para o universo de prazer, recordando a dimensão fugidía do tempo e o sentido de ambiguidade que a evolução temporal introduz pelo cruzamento da perceção da realidade com a casualidade e inexplicabilidade da memória.
Esta pintura traduz o interesse do pintor pelas conquistas da ciência moderna, cruzando teorias mais abstratas de física, nomeadamente a relatividade de Einstein, que colocou em causa a ideia de espaço e tempo fixos, com as pesquisas de Freud relativamente ao inconsciente e à importância dos fenómenos dos sonhos. A duplicidade de sentido das imagens e as inúmeras interpretações que promovem assim como a tendência para a criação de cenas absurdas repletas de signos indecifráveis, levaram a Dalí a designar esta forma de arte de crítica paranoica, em tudo oposta a uma visão racional do mundo.
De um ponto de vista técnico, esta pintura, assim como grande parte das criações de Dalí, perseguem um enorme virtuosismo e meticulosidade no desenho das formas e na representação dos pormenores, com objetivo de obter atmosferas dotadas de grande realismo, daí o frequente alinhamento desta fase criativa com o grupo dos surrealistas ilusionistas ou veristas.
Contém uma grande quantidade de referências de carácter historicista, particularmente as referentes à pintura maneirista ou à enigmática e fantástica obra do flamengo Jerónimo Bosch.
O quadro Persistência da Memória (também conhecida por Relógios Moles), foi pintado a óleo, aplicado sobre tela com 24,1 por 33 cm. Encontra-se exposto no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Persistência da memória (pintura). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia (Imagens)
A Persistência da Memória -Salvador Dalí
A Persistência da Memória -Salvador Dalí
Em 1934, Salvador Dalí, pintor catalão radicado em Paris e uma das figuras líderes do grupo surrealista, expõe numa galeria de Nova Iorqu...A Persistência da Memória -Salvador Dalí
Em 1934, Salvador Dalí, pintor catalão radicado em Paris e uma das figuras líderes do grupo surrealista, expõe numa galeria de Nova Iorque, o quadro "A persistência da memória" (1931), o que se tornaria num dos momentos fundamentais da sua carreira artística, responsável pelo incremento da sua notoriedade pública. De facto, os relógios moles - designação muitas vezes atribuída a este quadro - transformaram-se de imediato num dos ícones mais fortes e característicos da sua obra.
Na tela encontram-se representados três relógios que marcam diferentes horas tendo como fundo a paisagem de Porto Lligat, localizado no norte de Espanha, (memória de infância de Dalí). Segundo o próprio autor, a solução formal dos relógios derivam de um queijo camembert que Dalí se encontrava a observar enquanto pintava. As suas formas sensuais têm uma evidente conotação sexual, nomeadamente o que se encontra no centro do quadro, estendido sobre uma pedra que simula o retrato do artista.
Dali via os relógios como instrumentos normalizados e exatos que traduziam de forma objetiva a passagem do tempo. O facto de os dotar de formas orgânicas remete-os para o universo de prazer, recordando a dimensão fugidía do tempo e o sentido de ambiguidade que a evolução temporal introduz pelo cruzamento da perceção da realidade com a casualidade e inexplicabilidade da memória.
Esta pintura traduz o interesse do pintor pelas conquistas da ciência moderna, cruzando teorias mais abstratas de física, nomeadamente a relatividade de Einstein, que colocou em causa a ideia de espaço e tempo fixos, com as pesquisas de Freud relativamente ao inconsciente e à importância dos fenómenos dos sonhos. A duplicidade de sentido das imagens e as inúmeras interpretações que promovem assim como a tendência para a criação de cenas absurdas repletas de signos indecifráveis, levaram a Dalí a designar esta forma de arte de crítica paranoica, em tudo oposta a uma visão racional do mundo.
De um ponto de vista técnico, esta pintura, assim como grande parte das criações de Dalí, perseguem um enorme virtuosismo e meticulosidade no desenho das formas e na representação dos pormenores, com objetivo de obter atmosferas dotadas de grande realismo, daí o frequente alinhamento desta fase criativa com o grupo dos surrealistas ilusionistas ou veristas.
Contém uma grande quantidade de referências de carácter historicista, particularmente as referentes à pintura maneirista ou à enigmática e fantástica obra do flamengo Jerónimo Bosch.
O quadro Persistência da Memória (também conhecida por Relógios Moles), foi pintado a óleo, aplicado sobre tela com 24,1 por 33 cm. Encontra-se exposto no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.
Persistência da memória (pintura). In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.
wikipedia (Imagens)
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