A Paixão
Jeanette Winterson
Elsinore, 2020, trad. de Paulo Osório de Castro,
206 páginas, € 16,59
Romance
A "Paixão", foi publicado originalmente em 1988 e inédito em Portugal.
Cozinheiro dedicado de Napoleão em 1805, Henri é um soldado inocente e ingénuo que está encarregue de que nunca falte frango na mesa de Napoleão, e cuja devoção pelo imperador se transforma em ódio com o violento desenrolar da campanha russa. Entra ao seu serviço em França e segue-o até à Russia. Desesperado por escapar às agruras da frente russa, Henri acaba por conhecer Villanelle, uma jovem veneziana de cabelos vermelhos, herdeira de uma família de barqueiros em fuga da sua própria sombra, e cujo coração foi perdido e apostado no jogo. Juntos fogem de uma Moscovo sitiada em direção à decadência de Veneza, cidade das máscaras, do carnaval, da sorte e do azar, onde, «entre o medo e o sexo», poderão, finalmente, encontrar o seu destino.
Cozinheiro dedicado de Napoleão em 1805, Henri é um soldado inocente e ingénuo que está encarregue de que nunca falte frango na mesa de Napoleão, e cuja devoção pelo imperador se transforma em ódio com o violento desenrolar da campanha russa. Entra ao seu serviço em França e segue-o até à Russia. Desesperado por escapar às agruras da frente russa, Henri acaba por conhecer Villanelle, uma jovem veneziana de cabelos vermelhos, herdeira de uma família de barqueiros em fuga da sua própria sombra, e cujo coração foi perdido e apostado no jogo. Juntos fogem de uma Moscovo sitiada em direção à decadência de Veneza, cidade das máscaras, do carnaval, da sorte e do azar, onde, «entre o medo e o sexo», poderão, finalmente, encontrar o seu destino.
A inocência e a ingenuidade de um homem, Henri, que acredita em valores superiores como a fé e a confiança total em Napoleão, qual Sancho Pança, e, mais tarde, no amor incondicional por Villanelle uma mulher misteriosa e singular, faz desta personagem um ser humano singular. Henri ama e sofre, e desilude-se com ambos, porque nenhum corresponde ao que ele anseia. A tragédia tem lugar, e a reclusão revela-se, pois, o único espaço onde ele se sente verdadeiramente bem.
"Não faz sentido amar alguém ao lado de quem nunca poderemos acordar, a não ser por acaso".Villanelle, crescida na cidade das máscaras, às vezes ela, às vezes ele, chega a confessar: " A paixão é menos uma emoção do que um destino".
A Paixão divide-se em quatro capítulos: O Imperador; A Rainha de Espadas; o Inverno Zero; e o Rochedo. Numa linguagem simples e descritiva, Winterson leva-nos até a época das invasões napoleónicas para leste até à Russia dos Czares, e à Veneza mágica da nossa imaginação. Os nossos sentidos aguçam-se a cada momento. Do riso, ao espanto e à lágrima ao canto do olho, de tudo um pouco experienciamos. Uma fantástica viagem no tempo. "A Paixão" é um livro curto, rigoroso nos detalhes históricos, e de quando em vez, lembra os contos das "Mil e Uma Noites": "Conta-se a história duma princesa exilada, cujas lágrimas se transformavam em jóias à medida que caminhava."
Uma leitura a ter em conta, em tempo de quarentena! Jeanette Winterson tem disponível na Elsinore o seu romance que foi candidato ao Man Booker Prize, 2019 - Frankissstein.
Uma leitura a ter em conta, em tempo de quarentena! Jeanette Winterson tem disponível na Elsinore o seu romance que foi candidato ao Man Booker Prize, 2019 - Frankissstein.