segunda-feira, 15 de junho de 2020

Destruindo a memória de um povo!



"Aquele que não evoca o passado está condenado a repeti-lo." 
George Santayana -1917

George Santayana, filosofo norte-americano do século XX afirmou em 1917 que aquele que não evoca o passado está condenado a repeti-lo. Cem anos depois estas palavras sábias fazem todo o sentido.
A nossa história define quem somos. E temos de partir deste pressuposto se queremos olhar a história de frente. Não escolhemos a nossa pátria ou a nossa família, elas é que nos escolheram. Por isso, não se deve varrê-la para debaixo do tapete por pior que ela tenha sido.
Nós, Portugueses, como qualquer outro povo europeu, tivemos reis despotas, o esclavagismo, a Inquisição, o Salazarismo, a Espanha seguiu caminhos semelhantes, a Alemanha com o Nazismo envergonhou a humanidade com o Holocausto. Quem não tiver culpas no cartório, que atire a primeira pedra.
O ser humano, ao longo da história, qualquer que seja ou tenha sido a sua raça ou credo, teve e continua a ter comportamentos e atitudes reprováveis.
Um cidadão sul-africano de raça negra, quando entrevistado para uma estação de televisão, na sequência de atos de vandalismo contra figuras ligadas ao apartheid, disse, "não é  vandalizando ou destruíndo estátuas de figuras de estado ligadas a um passado racista que vamos sarar as nossas feridas. Esses símbolos da nossa história devem de lá estar para nos relembrar que aqueles tempos não se podem repetir nunca mais".
A solução passa, com certeza, por várias acções concertadas entre todas as partes envolvidas. Jamais recusar o debate e, iniciar diálogos  honestos, respeitadores da diferença, para que, de uma vez por todas, se possa encarar o passado como forma de sarar feridas, apaziguar rancores, preconceitos e atitudes racistas, e, finalmente, olhar o futuro com a certeza de que nunca mais seja permitido repetir as politicas do passado. Há que ter a maturidade para reconhecer e assumir os erros, ouvindo os outros, pois, só assim, conseguiremos melhorar o futuro colectivo da humanidade.
Se destruirmos o nosso património estaremos a destruir a memória de um povo. Que identidade queremos ou teremos? O que é que transmitiremos aos nossos filhos e eles aos seus? Assumir a nossa História, é assumi-la por inteiro, os feitos gloriosos e os atos vergonhosos. Se negarmos tudo isso, afinal o que é que nos resta? E a História é como a nossa família, todas têm os seus podres e não é por isso que as vamos renegar.










domingo, 14 de junho de 2020

Vale a pena ouvir esta semana!

Esta foi uma semana muito profícua em termos musicais. Aqui vão as minhas sugestões pessoais.

Drab City - Good songs for bad people (2020)
Música difícil de assimilar mas quando interiorizada, uma pérola. Com a chancela da Bella Union.


Let it come down - Songs we sang in our dreams (2020)
É um projecto colaborativo entre dois homens da música, o cantor Xan Tyler e o produtor Kramer.



JJ Wilde-Ruthless (2020)
Em boa hora abandonou o emprego seguro e enveredou pela música de cunho Blues e Rock 'n' roll.



Harmony Byrne -Heavy Doors (2020)
Artista australiana de rock. Uma lufada de ar fresco.




Dua Saleh - Rosetta (2020)
Natural do Sudão, tornou-se Americana. A sua música resvala entre o Rap e o R&B.



Coriky - Coriky (2020)
Banda punk norte-americana de guitarras roucas e pouco conformadas com falinhas mansas.
Ian Mackay, Joe Lally e Amy Farina, o trio maravilha!



Black Orchids Empire -Semaphore (2020)
Os Black Orchid Empire criam música rock memorável, que combina momentos ruidosamente selvagens, com outros de intensa beleza melódica.



Jockstrap -Wicked city (2020)
Georgia Ellery e Taylor Skye são os músicos principais desta banda. Um som singular onde é possível ouvir uma fusão de muitas influências pouco comuns.


Gia Margaret - Mia Gargaret  (2020)
Gia Margaret, de Chicago - Illinois,  descreve o tipo de música que toca como "sleep rock". Esta semana apresentou aos seus fãs o seu novo trabalho.



Naeem - Startisha (2020)
Este seu último trabalho está recheado de canções que vão do Rap ao R&B. O cantor contou com a participação de alguns famosos como Bon Iver.




GoGo Penguin - GoGo Penguin (2020)
Naturais de Manchester, este é um projecto alternativo na área do Jazz.


Jehnny Beth - To love is to live (2020)
Camille Berthomier, conhecida no meio musical como Jehnny Beth, cantora, compositora e vocalista das Savages. Agora a solo. Mais vale só ... 
To Love Is To Live era suposto sair a 8 de maio, mas tendo em conta os constrangimentos causados pelo Covid-19 foi adiado para a passada sexta-feira, 12 de junho. Este trabalho foi produzido por Flood, Atticus Ross e por Johnny Hostile. O disco conta ainda com a presença de Romy Madley Croft dos XX, Joe Talabot e o actor Cillian Murphy.



Forest Bees - Forest Bees (2020)
"A noise electronic indie act with intensely feminist overtones."