sábado, 5 de abril de 2025

Uma opinião para compreender melhor a falta de equidade nos rankings das escolas!

 

Opinião

No século XXI, os sucessivos titulares da pasta da Educação no Governo da República Portuguesa têm tornado públicos os resultados da avaliação externa dos alunos, compreendendo os resultados dos exames do ensino secundário e das provas finais do ensino básico. Anualmente, a comunicação social efetua o tratamento destes dados e elabora um ranking, ordenando as escolas por ordem decrescente dos resultados que atualmente incluem variáveis de contexto, como percurso direto de sucesso e equidade.

Subsiste, porém, uma espécie de discriminação social, pois continuam a ocultar as diferenças socioeconómicas e socioculturais dos estudantes, não refletindo as desigualdades económicas e sociais que existem no seio dos territórios urbanos, nem as assimetrias entre os territórios urbanos e os concelhos do interior, cada vez mais despovoados, envelhecidos e empobrecidos. Nestes rankings misturam-se escolas públicas com privadas, escolas públicas situadas em bairros privilegiados com escolas públicas situadas em bairros urbanos pobres, extraindo-se conclusões enviesadas sobre quais são as melhores escolas.

De salientar que não é tido em conta o fator explicações nos resultados dos exames, sendo do conhecimento de todos que a maioria dos alunos das escolas situadas em zonas privilegiadas frequenta explicações às diversas disciplinas, de modo a obter melhores resultados.

E os rankings apenas refletem uma parte do trabalho que é realizado nas escolas, cuja qualidade não se esgota nos resultados conseguidos nos exames. Para avaliar melhor a complexidade das escolas, a Inspeção-Geral da Educação e Ciência com peritos das instituições do ensino superior, avaliam as escolas, desde a liderança e gestão aos resultados, passando pela prestação do serviço educativo e pelos mecanismos de autoaperfeiçoamento dos processos.

Mas a comunicação social não dá qualquer relevo a estas avaliações!

O relevo é dado à classificação dos exames nacionais e das provas finais de 3.º ciclo. É óbvio que estes resultados são deveras importantes, principalmente para os alunos e as famílias. E deveriam mostrar que a escola pública está a cumprir a sua missão de permitir que cada aluno, independentemente da sua origem, atinja os objetivos que se propõe. Mas a realidade é que, por muito que as escolas se esforcem, este desiderato é constantemente prejudicado por fatores alheios às escolas.

O fator mais recente é a falta de professores!

Este problema nacional, que afeta as regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve, atinge principalmente os alunos mais frágeis. Nas escolas situadas em regiões mais desfavorecidas, a falta de docentes afeta as aulas e, principalmente, os apoios disponibilizados aos alunos, enquanto nas zonas socialmente menos desfavorecidas, as famílias compensam estas dificuldades recorrendo a explicações. Há um agravamento do fosso social!

Outro fator a considerar é a falta de equidade dos resultados dos alunos migrantes. Por um lado, os alunos provenientes dos PALOP e do Brasil que ingressam no sistema educativo português a meio do ano letivo, sendo integrados no ano de escolaridade seguinte ao que concluíram em dezembro; por outro, os alunos oriundos de países não falantes de português, que realizam exame de Português Língua Não Materna, mas que têm de realizar todos os outros exames como se fossem nativos fluentes em português.

Urge, cada vez mais, garantir a igualdade de oportunidades a todos os alunos. Sem isso, não é possível comparar.

Presidente do Conselho das Escolas

As avaliações da Escola Secundária Jaime Moniz in Expresso 04-04-25

 



Qual foi a média dos exames nacionais? Foi mais alta ou mais baixa do que nas outras escolas? Em que disciplina se destacou? Escolha o distrito, o concelho, a escola e fique a saber os resultados

abril de 2025

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A Escola Secundária Jaime Moniz, no Funchal, ficou na 325ª posição no ranking geral dos exames do secundário de 2024, com uma média de 11,2 valores. É uma descida de 16 posições face a 2023.

Se se tiver em conta apenas as escolas onde se realizaram 100 ou mais provas (um critério utilizado pelo Expresso para valorizar as que têm os resultados mais altos com um número já significativo de alunos), passa para a 260ª posição do ranking.

Considerando as escolas localizadas em Funchal, a Escola Secundária Jaime Moniz ocupa a 2ª posição do concelho, estando 0,29 valores acima da média. Entre as outras escolas do município, o ranking das notas médias dos exames organiza-se da seguinte forma:

Posição

Escola

Média

63ªEscola Secundária Francisco Franco13,1
325ªEscola Secundária Jaime Moniz11,2
429ªEscola Complementar do Til - APEL10,8
576ªEscola Básica e Secundária Dr. Ângelo Augusto Silva9,8
584ªEscola Básica e Secundária Gonçalves Zarco9,7

Comparando com todas as escolas privadas do país, essa média fica 1,89 valores abaixo e, face às escolas públicas, está 0,04 valores abaixo. Nesta escola, os alunos fizeram um total de 1175 provas de exame no ano letivo de 2023/24.

Na disciplina de Português, os alunos tiveram uma média de 10,9 valores nos exames, abaixo da média de 11,1 valores a nível nacional. As notas nos exames de Matemática ficaram nos 13,3 valores, o que coloca a escola acima da média de 12,1 valores dos restantes alunos do país. Já a Biologia e Geologia, a média das notas de exame foi de 10,1 valores, acima dos 9,9 a nível nacional. Na disciplina de Física e Química, os alunos desta escola tiveram 10,1 valores, abaixo dos 11,6 valores dos colegas de todo o país. No total, nesta escola, houve 19 exames com nota entre 19 e 20 valores.

sexta-feira, 4 de abril de 2025

O propósito das coisas!

 "As pessoas que saíram da sua vida cumpriram o propósito que tinham com você naquele momento.

Nem todo mundo vem para ficar, mas todo mundo fica o tempo suficiente para ensinar o que era preciso.

Quando a sintonia de propósitos acaba o laço se rompe.

Se a conexão é verdadeira a permanência é natural.

A vida é uma longa jornada cheia de encontros e despedidas.
Aceitar que algumas pessoas são passageiras é um grande passo rumo à nossa paz emocional.

Ao desapegarmos de quem já foi abrimos espaço para recebermos novas pessoas e vivenciarmos novas experiências.

De alguma forma, mesmo quem não deixou amor, deixou alguma lição."

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