Novembro de 1781. O navio britânico Zong navegava pelas águas do Atlântico, rumo à Jamaica, carregado não de mercadoria... mas de seres humanos. Homens, mulheres, crianças. Raptados em Gana, acorrentados na escuridão da adega. Vendidos como “propriedade”.
Mas um erro de navegação mudou tudo. A tripulação foi desviada durante dias. Quando descobriram a falha, a Jamaica ainda estava longe, e a água a bordo apenas dava para sobreviver mais quatro dias.
Foi então que eles tomaram uma decisão que ainda hoje congela o sangue.
Pessoas escravizadas estavam seguradas... Mas o seguro não cobria mortes por desidratação. No entanto, se fossem “descartadas” como parte da carga – como se fossem sacos, móveis ou gado – o seguro pagaria.
Então, um por um, começaram a atirá-los ao mar.
Primeiro foram 54. Depois mais 42. Depois mais 36.
No total, pelo menos 131 vidas humanas foram sacrificadas. Não pela fome. Não pela sede. Mas por dinheiro.
Quando o Zong chegou à Jamaica em 22 de dezembro, as seguradoras receberam uma reclamação. Não por homicídio. Mas por perda de propriedade.
A tragédia do Zong não é apenas uma história de terror... é uma prova atroz de como a ganância pode aniquilar a consciência.
E embora o oceano tenha enterrado os gritos daqueles inocentes, as ondas ainda murmuram a sua história.
Sem comentários:
Enviar um comentário