segunda-feira, 30 de junho de 2025

"A garota do casaco azul"

 Ohio, véspera de Natal de 1933.

Uma jovem ruiva, cara elegante e olhar perdido foi vista pela primeira vez na estação de autocarros de Willoughby. Usava um vestido azul e caminhava sozinha na neve. Ninguém sabia de onde vinha. Ninguém sabia o nome dele.
Comprou um bilhete para Corry, Pensilvânia. Mas nunca chegou.
Ficou numa modesta pensão atendida por Mary Judd. Pagou adiantado, não deu o seu nome e, antes de ir embora, deixou apenas uma frase: "Feliz Natal".
Horas mais tarde, ela andou sem rumo até chegar a uma passagem de nível. Ali, diante de testemunhas paralisadas pelo horror, deixou cair as malas e jogou-se para a linha do comboio.
O golpe foi brutal. Mas ao examinar o seu corpo, o coveiro notou algo impossível: o casaco azul estava limpo, sem uma única gota de sangue. E o corpo dele, salvo o crânio, quase intacto.
Na sua bolsa muito poucas moedas, um lápis... e nenhum documento.
Durante 60 anos, ninguém soube quem eu era.
A comunidade deu-lhe um enterro digno. Mais de três mil pessoas assistiram ao seu funeral. Chamaram-lhe "A garota do casaco azul". Os habitantes cuidaram da sua sepultura com cuidado, esperando que um dia alguém viesse buscá-la.
E alguém o fez.
Nos anos 90, um corretor de imóveis chamado Ed Sekerak leu por acaso uma nota no News Herald. Alguma coisa nessa história o comoveu. Lembrou-se de uma quinta antiga, de uns jornais amarelados, de uma família com uma filha perdida...
E descobriu a verdade.
A jovem era Josephine Klimczak, 23 anos. Tinha saído de casa sem deixar rasto. Os seus pais morreram dois anos depois sem saber o que lhe aconteceu.
Mas as pessoas sabiam.
E durante seis décadas, cuidaram dela como se fosse sua filha.
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