A mulher apareceu:
—“Meu senhor, eu sou Eva, uma escrava fugitiva, e venho pedir a Sua Majestade a minha liberdade. ”
O imperador pediu que tomassem nota do caso e prometeu-lhe que, ao voltar à corte, lhe concederia a manumissão.
E cumpriu a sua palavra.
Tempo depois, já no Palácio de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, Pedro II se aproximou de uma janela. Um guarda tentava impedir a entrada de uma velha negra. Mas o imperador, com a sua memória prodigiosa, reconheceu-a imediatamente.
—“Entra aqui, Eva! ” — ordenou.
Ela correu para ele com um sorriso sincero e humilde. Em suas mãos trazia um saco de abacaxi, recolhido do campo que cultivou desde que conseguiu sua liberdade.
Não trazia ouro, nem poder. Só gratidão.
Uma cena simples, mas eterna: a de uma mulher que recuperou sua dignidade... e não esqueceu.
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