domingo, 31 de dezembro de 2023

2023 está no fim, e agora?

 


2023 está a terminar, e agora?

Mais um ano das nossas vidas chega ao fim, a pergunta impõe-se - o que nos reserva 2024?

A vida tem a ver com as opções que tomamos! Espero que façamos as escolhas certas no próximo ano, 

mas será difícil. Não somos videntes! 

Nem tudo nos correu bem em 2023. Há que parar, por uns momentos, e refletir. A vida ensina-nos, não 

há coincidências. Aprendamos com as suas lições.

Fizemos uma travessia de 365 dias, esperam-nos 366, no próximo ano.Há que continuar a respirar,  

mesmo que, às vezes, nos falte o ar. Temos de continuar a ter a esperança que cada amanhã seja um 

novo dia, um dia melhor, com mais paz, mais harmonia, menos guerras, menos quezílias, menos 

egoismos.

Que aqueles que nós mais prezamos, não nos faltem! 

Que sejamos mais compreensivos e mais respeitosos para aqueles que privam connosco!

Que a generosidade impere! Sejamos, acima de tudo, humanos, oiçamos o que nos dizem sem julgar, 

sem criticar, sem maltratar. Sejamos amáveis mesmo com aqueles que nos ofendem, nos invejam e nos 

maltratam.

Melhoremos a nossa humanidade, partilhando as nossas vivências, os nossos sonhos e anseios, os 

nossos medos, as nossas fraquezas e imperfeições!

Ofereçamos sem pedir nada em troca. A lei do eterno retorno!

Sejamos bons modelos para aqueles que nos seguem. 

Palavras utópicas? Talvez!

Mas a mais longa viagem começa com um simple passo!

Que 2024 vos "encha as medidas"!





















sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

As minhas leituras 2023 - Ivo Eduardo Correia



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    O primeiro livro que li na vida foi As Aventuras de João Sem Medo, de José Gomes Ferreira. Fiquei fascinado com as suas aventuras. Uma janela que se abriu para o meu imaginário. Mais tarde, durante os anos de faculdade, ganhei o gosto / a paixão pela leitura. Desde então, não consigo passar um dia que seja sem ler. Leio vários livros ao mesmo tempo, um por cada divisão da casa, estranho? Não! Sou assim mesmo, não me contento com pouco. Os géneros variam de acordo com o tema e a sua atualidade. Policiais, romances, ensaios, livros históricos, de tudo um pouco, mas que envolvam psicologia ou diferentes culturas, as minhas áreas preferidas. Sempre gostei de livros sobre o comportamento humano ao longo dos tempos e de conhecer outras culturas, especialmente as orientais.

                  

    Sou um fã incondicional de Jon Fosse. A literatura dá-nos a possibilidade de imaginar outros "eus", com vidas diferentes, escolhas alternativas. Estes livros fazem-nos pensar nas nossas escolhas ao longo da vida. Recordo os heterónimos de Pessoa.



    Uma agradável surpresa! Uma contradição desde logo no título. As memórias de uma jovem que viveu num colégio interno suiço, nos anos 1950. A jovem incomum, deixa-se fascinar por outra colega, bela, sofisticada e inteligente. Uma relação de luz e sombra. Pormenores de uma amizade peculiar que ainda afeta a personagem principal muitos anos depois. O Eu e O Outro, essa atração intemporal.

















     A  história verídica de Belle Gunness, uma norueguesa que emigrou para os Estados Unidos, e que se tornou a primeira assassina em série neste país. Suspeita de ter matado mais de 40 pessoas. Uma mulher em busca do Amor incondicional, consumida pelo desejo de ser amada. Um romance fascinante sobre a degradação emocional que a leva à loucura. Pessoalmente, inquieta-me sentir, depois de o ler, que ela poderia ser qualquer um de nós, em situações extremas. Vivemos numa sociedade que demonstra cada vez menos sentimentos uns pelos outros, e há tanta gente carente!



     Uma série de homícidios macabros acontecem na cidade de Money, Mississipi, que depois se estende a outras paragens dos Estados Unidos. A mesma cena do crime, um segundo corpo aparece repetidamente. Um homem incrivelmente semelhante a Emmett Till, um rapaz negro, inocente, mas que foi linchado 65 anos antes naquela cidade, por ter mandado um piropo a uma mulher branca. O desenrolar da ação enreda-nos quais moscas presas numa teia de aranha até ao inesperado desfecho final. Segregação, racismo, intolerância, um retrato da America atual.




















        Se tivessemos que escolher, qual seria a fotografia da nossa vida? Uma narrativa inspiradora, que nos leva a questionar o que é realmente importante na vida. A vida fútil que muitos de nós levamos, a "importância" dos detalhes que nada valem. A memória e a fotografia de mãos dadas. Há que dar valor ao que nunca demos - viver a Vida como se fosse o último dia.




         A personagem-sombra desta história é a Covid-19. A pandemia varre os Estados Unidos de lés a lés. Lucy Barton, a personagem principal, abandona Manhattan para se juntar ao ex- marido numa pequena cidade costeira do Maine. Um retrato das relações intímas durante os confinamentos. Os laços profundos que nos unem, como seres humanos, mesmo quando separados e distantes.




      " Uma mentira pode dar a volta ao mundo no tempo em que a verdade demora a calçar os sapatos
Mark Twain.         
        Um ensaio brilhante! A ascenção dos populismos a nível global, a inversão dos valores, as "fake news" que transformam vilões em heróis. As redes sociais, e a rapidez com que as notícias pouco credíveis se propagam, são aspetos, deveras, preocupantes. Já não se trata do mito de acreditar ou não no Pai Natal, mas sim, na crença cada vez mais popular, que tudo é verdade e que se deve acreditar, por que sim!


            Uma leitura essencial para qualquer pessoa que queira encontrar um sentido nos tempos complexos em que vivemos e compreender aonde rumamos. A tecnologia está a gerar solidão e a lucrar com ela. O isolamento social que advém do mundo digital domina o século XXI e alimenta extremismos. É urgente encontrarmos uma forma de nos religarmos.




 













          Ficamos a conhecer as vozes e as vidas de duas adolescentes de um bairro isolado de uma aldeia do norte de Tenerife, arquipélago das Canárias. De uma ilha ameaçada pelo turísmo de massas, pela especulação imobiliária, onde é que já ouvi / vi isto? "Pança de burro" é o termo equivalente ao nosso "capacete" típico do mês de junho, nuvens baixas e pouca visibilidade. O foco na adolescência feminina e nas transformações corporais que causam sempre muitas dúvidas e inseguranças. O Outro como modelo, novamente.


           Um livro extremamente atual. O pano de fundo, a guerra entre Israel e a Palestina. A 13 de agosto de 1949 uma adolescente, que sobrevive a um massacre perpetrado por soldados israelitas a um grupo de beduínos, no deserto do Negueve, é capturada, violada e depois assassinada e enterrada na areia. 25 anos depois um jovem mulher palestiniana em Ramallah inicia uma investigação sobre o caso. Passado e presente entrelaçam-se. Uma meditação sobre a violência gratuita contra inocentes.


               Uma obra de mistério e de sobrenatural, uma comédia alucinante sobre as atrocidades militares no sudoeste asiático. Conta-se uma história profundamente original, ambientada no caos de uma guerra civil, e narrada por Maali Almeida, fotógrafo de guerra, que está morto e tem sete luas para perceber porquê. O destino do povo Tamil martirizado por várias guerras.


             Violette é guarda de cemitério numa pequena vila da Borgonha, França. A sua vida está cheia de confidências, comoventes, trágicas, cómicas dos visitantes do cemitério e dos seus colegas. Apesar de a ação se passar, durante a maior parte do livro, num cemitério, este é um romance de vida e de resiliência. Um hino à Vida. Um gesto pode fazer toda a diferença.


                Uma jovem mulher muda-se da cidade onde nasceu para um país remoto a norte, país dos seus antepassados. O objetivo desta mudança deve-se ao facto de o seu irmão ter sido abandonado recentemente pela esposa. A jovem terá como função governar a casa. Mas não será fácil, as hostilidades e as desconfianças da comunidade onde eles vivem não ajudam à sua integração. Um conjunto de acontecimentos invulgares acontece e o bode espiatório, já sabemos, será "a estranha" recém chegada. Uma anologia possível aos imigrantes e refugiados que ao chegarem a um país diferente dos seus, são imediatamente discriminados e acusados de serem os causadores de todos os males de que os locais padecem. " A culpa é sempre dos outros". Um thriller em crescendo, para refletir sobre as nossas irracionalidades.

Outros livros a reter

 





















quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

As fotografias mais importantes de 2023! Um balanço introspetivo.

Nestes últimos anos a fotografia tem vindo a ocupar um lugar cada vez mais relevante nos meus passatempos.Uma fotografia é a memória de um lugar, de uma pessoa, de uma emoção que vai perdurar no tempo. Ao apresentar cada uma das fotos, apresento uma curta nota explicativa.A posição de cada uma no espaço e no tempo é aleatória.




















Há alguns anos que não ia ao Porto Santo, e esta foto é sinónimo de Paraíso. Quando regresso de lá venho outro, é como se tivesse tido outra vida paralela naqueles poucos dias de estadia.














Foto tirada, se não me engano, a caminho do Miradouro da Portela. Vêm-me à memoria as caminhadas feitas pelo Porto Santo, quer de bicicleta, quer a pé, nos dias em lá estive este ano, agosto e outubro. A minha adolescência está repleta destas memórias e aventuras.




















Maiata, Porto da Cruz, outro paraíso! Lembra-me Verão, contemplação, sossego, desapego e introspeção, no entanto, risco.




















A melhor vista da Madeira. O som do mar, a paz de espírito, a maresia subindo lentamente a encosta ao fundo, o sol aquecendo a paisagem. Uma vista soberba.




















A própria paisagem abre-se à contemplação. Adorei esta perspetiva. A cadeira "fora da caixa".




















O gosto pela fotografia leva a que estejamos mais alerta, mais atentos aos momentos, aos detalhes, às coisas invisíveis.














Flor de maracujaleiro / maracujazeiro, a beleza e a perfeição que a natureza nos proporciona, basta que estejamos atentos a ela.




















Esta trepadeira lembra-me as caminhadas de fim de tarde. A sua resiliência espanta-me, pois todos os anos parece que definha, mas, eis, que ressuscita e toda pujante, mostra- nos que devemos sempre dar o nosso máximo.



















Gosto muito de plantas e flores selvagens, são aquilo que são, mostram-se sem artificios! Deveriam ser o ex-líbris da Madeira.



















As novas ferramentas digitais fazem-nos parecer pintores reais e famosos. Tentei, durante algum tempo, fazer algumas "brincadeiras" usando as novas aplicações ligadas à fotografia, e, eis, o resultado.



















Outra " experiência" semelhante, intitulada "dividida ao meio".


A última "experiência" intitulada - Interferências, duas camadas sobrepostas interferem uma na outra.















Tradição versus era digital. Tudo, agora, resume-se a botões, teclas, aplicações. Felizmente, ainda há quem siga a tradição e dê valor às coisas antigas, os batentes de portas, cada vez mais raros.



O mar do Norte ou da "travessa", como alguns o chamam, sempre me fascinou desde criança. Sonho ainda com a sua "má disposição" e sempre que viajo entre ilhas, esse temor está presente na minha mente. 

Céu de fim de tarde! Sempre gostei de direcionar o meu olhar para o alto, para o céu, para as nuvens. Quando os dias se tornam mais pequenos e as tardes mais curtas, as minhas caminhadas diárias são feitas antes do pôr do sol. Céu de novembro! Um dia que chega ao fim, de boas e más decisões, mas agradecido por ter chegado até aqui.

O novo dia traz-nos sempre um novo começo, é um "reset" das nossas vidas diárias. E a natureza também nos premeia com um amanhecer diferente a cada dia! 

Finalmente, a última foto que tirei antes da conclusão deste blog. "Orientes" - lembram-me outras paragens a Oriente, outros povos, outras crenças, e o respeito que devemos ter por todos e por cada um nas suas diferenças.


Termino com este belíssimo livro do Japonês Sanaka Hiiragi publicado pela Porto Editora.
"Antes de partirem para o Céu, os "visitantes" de Hirasaka terão de cumprir uma última tarefa: selecionar de entre uma pilha de fotografias - testemunhos de toda a sua existência - , uma por cada ano de vida.







segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Os melhores álbuns de 2023 - Ivo Eduardo Correia

         


  Ivo Eduardo Correia 

Como todos os anos a esta parte, a lista dos álbuns mais importantes de 2023 é um conjunto do que de melhor, em minha opinião, se fez desde janeiro a dezembro de 2023. Primei pela beleza das vozes, pela irreverência dos seus projetos e pela letra das suas canções. Ficaram muitos, como sempre, fora das minhas escolhas, mas dei ênfase ao equilíbrio e à qualidade das várias faixas no seu todo. Alguns estão ex aequo, pois foi-me difícil escolher qual deles o melhor! Boas audições!

1

Mary Jane Dunphe

Stage of Love

2

Slowdive

everything is alive

3

Patio

Collection

4

Model / Actriz

Dogsbody

5

Swans

Beggar

6

Niecy Blues

Exit simulation

7

Daughter

Stereo mind Game

8

Arooj Aftab, Vijay Iver, Shahzad Ismaily

Love in Exile

9

Wednesday

Rat Saw God

10

M(h)aol

Attachment styles

11

Italia 90

Living Human Treasure

12

L’rain I Killed your dog

Kimbra: a Reckoning

13

Ist Ist

Protagonist

14

Jana Horn

The Window is a Dream

15

Young Fathers

Heavy Heavy

16

Pépe: Reclaim

liv.e: girl in half pearl

17

bar italia

Tracey Denim

18

JFDR

Museum

19

B. Cool-Aid

Leather Blvd

20

Cloth

Secret Measure

21

Julie Byrne

The Greater Wings

22

Nia Archives

Sunrise Bang vs Head Against

23

Squrl: Silver Haze

Lankum: False Lankum

24

bdrmm

I don’t know

25

Mother Tongues

Love in a vicious way

26

Jeffrey Martin

Thank God We Left the Garden

27

Slow Pulp

Yard

28

Nines: Crop Circle 3

Bawo: Legitimate Cause

29

Jane Remover

Census, Designated

30

Pines of Rome

The Unstruck Bell

31

P J Harvey

I Inside The Old I Dying

32

Saya Gray

Qwerty EP

33

Grian Chatten

Chaos for the Fly

34

Lauren Auder

The Infinite Spine

35

Holly Macve

Not The Girl

36

Rainy Miller & Space Afrika

A Grisaille Wedding

37

Amor Muere

A Time to Love A Time to Die

38

Maria BC

Spike Field

39

The American Analog Set

 For Forever

40

The Murder Capital

Gigi’s Recovery