sábado, 5 de julho de 2025

Um exame que hoje seria considerado perigoso.

Década de 1960. Uma mulher elegante deita-se numa cadeira médica enquanto dois médicos, de bata impecável e gravata, preparam um exame que hoje seria considerado perigoso.
O aparelho focado no pescoço é uma máquina de raio-X, parte de um procedimento comum na época para diagnosticar condições de tiróide, garganta ou coluna cervical. Mas o que hoje nos parece uma cena tirada de um filme de ficção científica, então era sinónimo de vanguarda.
Durante aqueles anos, o fascínio pela radiação roçava o ingénuo. Era usado sem muito controle: medir pés em sapataria, tratar acne, até mesmo em refrigerantes “energéticos” com rádio. O risco parecia distante. Invisível.
As proteções eram mínimas, efeitos a longo prazo desconhecidos... ou ignorados.
Esta fotografia, hoje perturbadora, lembra-nos que o progresso também tem sombras. Que cada avanço deve ser acompanhado de reflexão, ética e cuidado. Porque a história da medicina não é escrita apenas com ciência, mas também com os erros que nos obrigaram a aprender.

 


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