quarta-feira, 14 de maio de 2025

insulina

 Em 1922, um dos maiores milagres da medicina aconteceu em silêncio, dentro de um quarto de hospital infantil em Toronto.

Dezenas de crianças diabéticas jaziam em coma.
Os seus corpos, exaustos.
Ao lado delas, pais paralisados pela dor, apenas esperavam o inevitável.
Naquela época, a diabetes era uma sentença.
Sem cura. Sem esperança.
A única defesa era uma cruel dieta de fome, que adiava a morte… mas roubava a infância.
Então, uma equipe de cientistas entrou naquele cenário de desespero.
Em suas mãos, carregavam um frasco com um extrato purificado, um novo nome: insulina.
Eles foram de leito em leito, injetando aquele remédio ainda experimental.
E então, o improvável aconteceu:
Antes mesmo de terminarem, uma das crianças mexeu-se.
Depois outra.
Olhos antes fechados, agora abriam-se.
Corpos à beira do esquecimento voltavam à vida.
O quarto, que momentos antes era um túmulo de esperança, transformou-se num milagre em movimento.
Por detrás desta revolução estavam Frederick Banting e Charles Best, guiados por John Macleod,
e com a contribuição decisiva de James Collip, que refinou o extrato.
Mas talvez o gesto mais grandioso tenha vindo depois:
Eles venderam a patente da insulina à Universidade de Toronto por apenas um dólar simbólico.
Porque acreditavam que ninguém, absolutamente ninguém, deveria ter o direito de possuir a salvação de uma vida.
Em 1923, Banting e Macleod receberam o Prémio Nobel.
Mas a verdadeira recompensa estava para além de qualquer troféu:
Ela estava em cada vida salva,
em cada futuro devolvido,
em cada criança que respiraria mais um dia,
livre da sombra do esquecimento.
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