sexta-feira, 13 de junho de 2025

Cecilia Payne-Gaposchkin

 Com expressão serena e olhar triste, se alguém a cruzasse na rua, nunca imaginaria que estava diante de uma das mentes mais brilhantes da ciência. O nome dela é Cecilia Payne-Gaposchkin, e foi ela que decifrou a composição do universo.

Em 1925, com a sua tese de doutoramento Atmosferas Estelares, Cecília formulou uma ideia revolucionária: que o hidrogénio era o elemento mais abundante do cosmos e que as estrelas — incluindo o nosso Sol — eram compostas principalmente por este gás. Nunca ninguém tinha entendido isso antes. O seu trabalho foi classificado como “a tese mais brilhante alguma vez escrita em astronomia”.
E, no entanto, foi ignorada.
Cecília nasceu na Inglaterra em 1900. A sua mãe não acreditava que valesse a pena investir na educação de uma mulher. Ainda assim, Cecília conseguiu uma bolsa de estudos em Cambridge, onde concluiu seus estudos... mas, por ser mulher, não recebeu o seu diploma.
Mudou-se para os Estados Unidos, onde se tornou a primeira pessoa a obter um doutoramento em astronomia pelo Radcliffe College e, mais tarde, a primeira mulher a ser promovida a professora titular em Harvard.
Mas o seu nome raramente aparece ao lado de Newton, Darwin ou Einstein. Nos livros didáticos, a sua descoberta sobre o hidrogénio, base da astrofísica moderna, continua vagamente atribuída à “ciência”, sem mencionar a mulher que o descobriu.
Cecilia Payne não foi a única. Rosalind Franklin, vital na descoberta da estrutura do DNA, e Lise Meitner, peça chave na descoberta da fissão nuclear, também foram esquecidas enquanto seus colegas homens recebiam prêmios e reconhecimentos.
Esta é uma homenagem a todas elas.
Às mulheres que desafiaram a invisibilidade. Aquelas que mudaram a história sem que o mundo percebesse.
Porque foi Cecilia Payne que, no meio do silêncio, nos revelou uma verdade monumental:
As estrelas são feitas de hidrogénio. E o universo, de mulheres como ela.
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