sexta-feira, 22 de agosto de 2025

𝐀 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬ã𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐜𝐡𝐞𝐢𝐫𝐨

 𝐀 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐢𝐬𝐬ã𝐨 𝐝𝐞 𝐂𝐨𝐜𝐡𝐞𝐢𝐫𝐨 𝐞𝐦 𝐋𝐨𝐛ã𝐨 𝐝𝐚 𝐁𝐞𝐢𝐫𝐚 – 𝐌𝐞𝐦ó𝐫𝐢𝐚𝐬 𝐝𝐞 𝐎𝐮𝐭𝐫𝐨𝐬 𝐓𝐞𝐦𝐩𝐨𝐬

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Em tempos idos, quando a vida rural e senhorial ditava o ritmo da aldeia, a profissão de cocheiro ocupava um lugar de grande prestígio em Lobão da Beira, sobretudo ao serviço das casas mais ricas e influentes da região. Entre elas, destacavam-se a Casa da Viscondessa, a Casa dos Abranches, a Casa do Coronel Gonçalves, a Casa do Casal, a Casa dos Gouveia, a Casa dos Pina Cabral, a Casa dos Perestrelo, entre outras famílias abastadas que marcavam a vida social e económica da aldeia.
O cocheiro não era apenas o homem que conduzia o coche (ou carruagem). Era um verdadeiro guardião dos cavalos e do veículo que transportava os seus patrões. O seu papel exigia confiança, responsabilidade e grande dedicação.
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Os cavalos eram tratados com enorme zelo: escovados diariamente, bem alimentados e cuidadosamente preparados antes de cada viagem. O brilho da pelagem e a força do animal eram motivo de orgulho para o cocheiro e sinal de distinção para a família que servia.
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Os coches ou carruagens, por sua vez, variavam desde os mais simples, de uso diário, até aos mais imponentes, destinados a cerimónias e eventos sociais. Eram cuidadosamente limpos e enfeitados, refletindo a posição social dos proprietários.
Mais do que uma função prática, a profissão de cocheiro tinha também uma dimensão simbólica: era o elo entre a nobreza ou famílias endinheiradas (burguesia) e o povo, e um dos rostos mais visíveis da riqueza e do prestígio de cada casa. O cocheiro conhecia os caminhos, os segredos da estrada, e muitas vezes era também confidente e homem de confiança dos seus patrões.
Com a chegada do automóvel, esta profissão foi desaparecendo, ficando apenas na memória coletiva e nos relatos dos mais velhos, como uma das marcas da transição entre a vida tradicional e a modernidade.
Hoje, recordar os cocheiros de Lobão da Beira é também valorizar a história da nossa aldeia e as profissões que ajudaram a moldar o seu passado.
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Nota: Ainda existem pessoas vivas em Lobão da Beira que se recordam destes veículos a circular pelas ruas da aldeia.



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