terça-feira, 27 de maio de 2025

Provavelmente, a igreja mais estranha de Portugal

 Provavelmente, a igreja mais estranha de Portugal

O Santuário da Nossa Senhora da Lapa, em Vieira do Minho, é uma das igrejas mais estranhas de Portugal.
Localizado na freguesia de Soutelo, concelho de Vieira do Minho, o Santuário de Nossa Senhora da Lapa é um local muito agradável, com zonas de sombra e algumas mesas e bancos que pode aproveitar para fazer um piquenique. Para chegar aqui, terá de subir a cumeada do monte de Penamourinha, com uma subida de carro a pedir a primeira e segunda mudanças, através das estreitas estradas de asfalto. Em dias de chuva formam-se nevoeiros que dificultam a visão da paisagem e do horizonte, pelo que deverá ter isso em conta.
Diz-se que, em 1805, Nossa Senhora da Lapa surgiu a uma pequena pastorinha. Quando soube do ocorrido, o pai da menina foi ao local. Quando a filha apontou para o local da aparição, lá estava Nossa Senhora novamente. A notícia espalhou-se rapidamente pelas localidades mais próximas, iniciando-se as romarias no primeiro dia do mês de junho desse ano.
A 10 de junho reuniram-se mais de 500 pessoas no local. Dado o enorme influxo de peregrinos, o abade Rodrigues Ramos ordenou a construção de um altar por baixo do bloco de granito onde se tinha dado a aparição. Também ordenou que a área em redor fosse preparada para receber o maior número de peregrinos possível.
No limite poente da cumeada, João Gonçalves e a sua mulher Margarida da Silva mandaram construir, em 1694, a capela da Senhora da Lapa, aproveitando para o efeito alguns afloramentos graníticos do local.
O pequeno templo está numa cavidade sob rochas, encerrado por uma parede de cantaria em granito, que forma uma fachada com desenho simples, onde se destacam os vãos das janelas e portas. Existe também um nicho com uma pequena imagem de Nossa Senhora.
Uma porta em grade dá acesso ao interior, onde se podem ver diversas inscrições gravadas no teto e um quadro com a história do santuário, escrita pelo padre José Maria Machado em 1851.
O recinto do santuário distribui-se por dois patamares, incorporando um coreto, instalações de apoio à romaria e fontes. A capela aparece já referenciada no livro “Memórias Paroquiais” de 1758.
Graças à sua edificação na rocha, a capela é provavelmente uma das construções religiosas mais invulgares de Portugal, residindo a sua beleza na simplicidade e originalidade do espaço, aliada a uma história de fé de quem a construiu e cuidou dela.


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