Todos os anos a passagem de 31-12 para 01-01 traz-me, sempre, uma expetativa acrescida sobre o ano que entretanto se inicia. Este ano não foi exceção. Apenas que à expetativa acrescentei, também, a preocupação. Preocupação a nível pessoal e familiar. Como serão as nossas vidas em 2021? Que desafios iremos enfrentar?
Entrei na terceira fase da minha vida, os sessentas! Daqui para a frente, sei que a vida torna-se, aparentemente, mais rápida e há que aproveitar todos os momentos que ela nos proporciona. Reconheço que a rotina tem um grande poder sobre a minha vida, e que um dos desafios que tenho pela frente é alterar esta situação. Uma das resoluções para 2021 é saborear melhor todos os momentos. Tenho a noção de que a nossa existência é fugaz e que o amanhã pode não chegar.
A pandemia roubou-nos a proximidade com o outro, os afetos. Algo tão simples como um abraço ou um beijo deixou de ser um gesto corriqueiro e, hoje, é um risco. Espero, sinceramente, que num futuro próximo possa abraçar e beijar aqueles entes mais queridos e não só. Sou otimista por natureza, acredito que as fases más passarão e que outras melhores virão. Se assim não fosse, a nossa existência não teria sentido absolutamente algum.
Temos de ser resilientes e pacientes perante os desafios que enfrentamos diariamente. Desafios de toda a ordem, e temos de estar preparados para lidar com eles. Todos os dias, criamos situações, quer pelas opções que tomamos, quer por algo em que nos vemos envolvidos, e temos de ser fortes, mesmo destemidos afim de as ultrapassar com sucesso. A vida ensina-nos, é verdade, mas aqueles alguns que estão à nossa volta são, pois, importantes nesse sucesso. Esses alguns, com a sua sábia experiência de vida, fazem-nos ver as coisas de outra perspetiva, tornam-nos melhores seres humanos. O melhor amigo não é aquele que diz sim a tudo o que dizemos ou fazemos, é aquele que nos questiona, que nos critica, que nos azucrina, que se preocupa connosco.
Sejamos mais flexiveis nas nossas atitudes, nos nossos julgamentos, não tiremos conclusões precipitadas, ouçamos todas as histórias e tiremos as nossa próprias ilações. Sejamos coerentes com os nossos valores, não aceitemos sem antes questionarmos. Não sejamos "carneiros" de ideologias só porque são populares. O ser humano tem uma qualidade excecional - ser diferente, ser único! Não acreditemos em tudo o que nos dizem ou mostrem, façemos nós o juízo. E acima de tudo, respeitemos a diferença, o outro é tão mais interessante se for diferente de nós.
Termino com um apelo, que sejamos mais compreensivos, tolerantes, altruistas para com os nossos semelhantes, tendo sempre a consciência, que eles podem não ter tido as mesmas oportunidades, a mesma "sorte" que nós tivemos!
2001, sê amável connosco!
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