domingo, 16 de fevereiro de 2025

Zé dos discos recorda Portishead - Dummy 1994, Trip-hop

 Dummy – Um Marco Intemporal na Música Trip-Hop

Lançado em 22 de agosto de 1994, Dummy, o álbum de estreia dos Portishead, é uma obra-prima que transcende géneros e gerações. Com uma fusão inconfundível de trip-hop, jazz noir e influências eletrónicas, o disco estabeleceu a banda britânica como pioneira de um novo som sombrio, melancólico e hipnotizante.
Desde os primeiros acordes de Mysterons, percebe-se que este não é um álbum qualquer. A produção minuciosa de Geoff Barrow, as guitarras de Adrian Utley e, sobretudo, a voz etérea, vulnerável e hipnótica de Beth Gibbons criam uma atmosfera única, repleta de nostalgia e mistério.
Faixas como Sour Times e Glory Box tornaram-se hinos do género, com batidas arrastadas e samples cinematográficos que evocam filmes noir e uma sensação de decadência elegante. Roads, por sua vez, é uma das canções mais emocionantes do álbum, com um crescendo doloroso que toca a alma.
O que torna Dummy tão especial é a sua intemporalidade. Mesmo décadas depois, continua a soar fresco e relevante, influenciando gerações de músicos e sendo redescoberto por novos ouvintes. O seu impacto estende-se para além do trip-hop, deixando marcas na música alternativa, na eletrónica e até no indie contemporâneo.
Mais do que um simples álbum, Dummy é uma experiência sensorial – uma viagem melancólica por ruas chuvosas e memórias desbotadas. É um disco para ouvir no escuro, sentir cada batida e deixar-se levar pelo sussurro sedutor e angustiado de Beth Gibbons.
Se há um álbum que encapsula o espírito do trip-hop na sua forma mais pura e sofisticada, Dummy é esse disco.
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