sexta-feira, 25 de abril de 2025

O Google Pixel 9a

 

Google Pixel 9a mostra como a IA muda o smartphone de gama média

A integração sistémica da inteligência artificial no Android “puro” é o principal argumento no novo Pixel 9a, o telemóvel mais “barato” da Google

DR
Novo telemóvel da Google

Chamar “barato” a um telemóvel que custa 500 euros é um sinal dos tempos. É nessa “categoria média” que encaixamos o Pixel 9a da Google, embora, objectivamente, ofereça tudo o que é preciso para a esmagadora maioria dos utilizadores.

Possui o mesmo processador (Tensor G4) que os Pixel mais caros, o ecrã é brilhante, tem frequência de actualização até 120Hz (é mais fluido) e a bateria dura o dia inteiro. É, também, uma espécie de raridade nos tempos que correm: o sistema de câmaras praticamente não tem saliência, ou seja, assenta sem ressalto numa superfície plana. Não fosse a moldura (a margem entre o ecrã e o corpo do telefone) demasiado larga e estava em linha com os topo de gama.

Está muito bem construído e partilha alguma da tecnologia da versão Pixel 9 que testámos no Verão de 2024, e que então custava 920 euros — hoje está à venda por 720 ou menos. Ou seja, o telefone “barato” da Google está para o mais caro como o iPhone 16e está para o 16, com a diferença de o iPhone “barato” ser 180 euros mais caro do que o Pixel 9a.

A grande vantagem do Pixel 9a é oferecer a integração sistémica da inteligência artificial (IA) da Google, coisa que a Apple está, ao que parece, ainda longe de conseguir fazer. Por outras palavras, são máquinas no mesmo segmento, mas o Pixel faz mais por menos dinheiro.

Não estamos aqui a considerar as preferências de sistema operativo ou a integração do ecossistema (Mac, Watch, AirPods); a Google está a tentar construir caminho, mas essa integração entre elementos é, de facto, o ponto forte da Apple.

Para quem não está “agarrado”, o Pixel 9a é uma alternativa mais barata e mais apetrechada. A câmara, por exemplo, ganha muito com a “magia” da IA, a suite da Google faz maravilhas, seja na edição de cor, nos recortes inteligentes ou em funções como o “adiciona-me”, que permite ao fotógrafo integrar a fotografia que ele próprio tirou.

Mas a grande mais-valia do Pixel 9a em relação à concorrência é a integração do Gemini no Android 15, algo que não estava disponível aquando do lançamento do Pixel 9 em Setembro. É possível falar com o Gemini, ligar a câmara do telemóvel para que ele “veja” o que estamos a ver e alimentar conversas com elevado grau de complexidade. Fizemos alguns testes e, embora não seja imaculado, o sistema antecipa um futuro em que falaremos mais e teclamos menos.

Procurar uma vaga para um dentista, pedir ajuda para acertar o relógio do microondas ou identificar uma planta e aprender a cuidar dela já não é uma cena futurista. Só testando.

As potencialidades do Gemini não são exclusivas dos Pixel, marcas como a Samsung e a Xiaomi também as oferecem, mas esta IA parece estar cosida no tecido do sistema com maior fluidez, talvez pelo facto de o sistema operativo se apresentar aqui na sua forma primária – o Android é da Google e apresenta-se nos Pixel sem os “artefactos” geralmente introduzidos pelas outras marcas.

Há no mercado modelos com inteligência artificial avançada por menos de 560 euros, mas o Pixel 9a oferece a solução mais integrada e, muito importante, fala em português de Portugal (a Samsung também já o consegue fazer, embora apenas nos modelos mais caros).

Alguns retalhistas oferecem 150 euros de desconto na promoção de lançamento e a Vodafone tem uma campanha de pontos que permite comprar o Pixel 9a por 300 euros. Não há grandes contas a fazer.

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