domingo, 25 de maio de 2025

A MOSCA e a ABELHA

 A MOSCA QUE TINHA INVEJA DA ABELHA

Diz a lenda que uma mosca, dessas comuns que vivem zanzando em cima daquilo que fede, nasceu olhando torto pra uma abelha que voava alto, pousava em flores, fazia mel e ainda era admirada por todos. A mosca, amarga, ranzinza e com complexo de inferioridade, dizia pra si mesma: “Essa aí só vive sendo elogiada porque é certinha demais. Aposto que ninguém sabe do esforço que faço pra sobreviver. Ninguém me aplaude, ninguém me valoriza.”
E foi assim que começou a perseguição.
A mosca, tomada pela inveja, passou a seguir a abelha por todos os lados. Tentava imitá-la, copiava seus voos, tentava pousar em flores, mas era sempre enxotada. As flores não a queriam. O néctar não a alimentava. E o pior: o público também não a ovacionava.
Desesperada, a mosca tentou sujar o nome da abelha. Espalhou boatos: “Essa abelha aí finge ser boazinha, mas já picou criança!”, dizia ela aos outros insetos. Tentou jogar o povo contra a abelha, mas nada funcionava.
Porque a abelha, mesmo calada, seguia produzindo mel.
Mesmo caluniada, seguia voando leve.
Mesmo ferida, seguia bela, entre uma flor e outra, polinizando esperança.
A mosca, cega de rancor, acabou esquecendo-se de si. Parou de se alimentar, parou de se cuidar, parou de viver. A sua obsessão matou-a por dentro.
E num fim melancólico e digno de novela mexicana, a mosca foi encontrada caída num canto de esgoto, olhando pro céu onde a abelha ainda voava.
“Por que não me aplaudiram?” — foi seu último sussurro.
Moral da história:
Há pessoas que não querem melhorar de vida, só querem tornar a dos outros horrível. Não suportam o teu brilho, mas não acendem o próprio. Ao invés de aprenderem com quem voa, ficam rastejando num veneno emocional, desejando a queda dos outros.
No fim, quem tem alma de mosca nunca vai entender o propósito de uma abelha. Porque o mel que ela faz vem da leveza, e não do grito. Vem do foco, não da comparação.
E quem vive de inveja, morre de solidão.
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