sábado, 14 de junho de 2025

Os jornais vespertinos - o fim de uma era!

 

Os primeiros jornais

Quando acabaram os jornais vespertinos — uma tragédia, pois eram os jornais do próprio dia, actualizando os jornais da manhã, que eram os jornais do dia anterior —, quando acabaram os jornais vespertinos, porque esta frase é portentosa e merece ser dita duas vezes, houve uns anos estranhíssimos em que os jornais que apareciam às 5h da manhã tinham de durar o dia inteiro.

Para quem não via televisão ou rádio, os jornais eram tudo. Mas tinham uma grande vantagem: só se liam uma vez por dia e, como tal, ficavam arrumados como parte da manhã, ocupando pouco mais do que uma hora.

Lembrei-me disto quando um rapaz fez pouco da curiosidade da minha geração, perguntando como é que era possível querermos saber o que aconteceu só uma vez por dia.

Agora, durante um dia, somos capazes de olhar 20 vezes para os jornais online, podendo acompanhá-los em vez de ter de aturar os noticiários das televisões.

Do ponto de vista do meu jovem crítico, as pessoas dantes liam menos os jornais do que hoje. Os jornais eram uma fase da manhã: faziam parte do pequeno-almoço. O resto do dia era para viver.

Agora, os boletins diários das televisões, sendo de hora em hora ou de meia em meia hora, são lentos de mais. É preciso esperar por eles. E ocorrem, irritantemente, a horas certas. Quando enveredam pelo estafado “breaking news”, estão condenados a repetir as mesmas imagens insatisfatórias.

Já os jornais online têm mesmo de ser escritos e, como tal, têm princípio, meio e fim. Mas podem ser constantemente revistos e aperfeiçoados.

Os jornais agora acompanham o dia inteiro. Estão vivos.

Os jornais antes eram publicações. Estavam acabados. Ficavam prontos para ler e, enquanto se liam, começava-se a escrever o jornal do dia seguinte.

Os jornais diários eram parecidos com revistas. Só a periodicidade era diferente: saíam todos os dias em vez de todos os meses.

Se calhar, os diários online de agora é que são, por assim dizer, os primeiros jornais.

Albert Bruce Sabin

 Numa época em que a poliomielite paralisava milhares de crianças todos os anos, um médico fez uma escolha que mudaria para sempre o rumo da medicina — e da humanidade.

Albert Bruce Sabin nasceu em 1906, em Białystok, na Polónia. Judeu, deixou a sua terra natal fugindo das perseguições, emigrou para os Estados Unidos, tornou-se cidadão americano, formou-se médico… e decidiu dedicar a vida à pesquisa do vírus que devastava o mundo.
Nos anos em que a pólio espalhava medo e tristeza por todos os continentes, Sabin foi na contramão da vaidade científica. Enquanto muitos disputavam patentes e reconhecimento, ele desenvolveu uma vacina oral — simples, eficaz, barata e revolucionária.
E quando lhe perguntaram se a iria patentear, a sua resposta foi categórica:
“Muitos insistiram para que eu patenteasse a vacina, mas eu não quis. Este é o meu presente para todas as crianças do mundo.”
Sabin abriu mão de qualquer lucro. Doou a sua descoberta à humanidade.
Graças a essa escolha, entre 1959 e 1961, milhões de crianças foram vacinadas em massa na Europa Oriental, na Ásia e em várias partes do mundo.
Na Itália, a sua vacina foi autorizada em 1963 e tornou-se obrigatória em 1966 — erradicando a poliomielite do país.
Albert Sabin não apenas derrotou uma doença.
Ele ensinou-nos que o verdadeiro poder da ciência está em servir a vida.
E que o conhecimento, quando doado com generosidade, pode-se tornar o gesto mais puro de amor que alguém pode deixar à humanidade.
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O antigo ainda é valioso!

 Estive na casa do meu pai esta semana quando ele disse:

— “Deixe-me mostrar-lhe a diferença entre o agora e o depois… com apenas dois objetos.”
Ele voltou com duas molas de roupa. Uma, feita nos anos 60. A outra, fabricada em 2025.
A primeira, à esquerda, era de madeira densa, possivelmente ácer ou faia. Tinha peso, textura, e calor. Ainda funcionava perfeitamente — sessenta anos depois. Era um pedaço de tempo que sobrevivera a gerações.
A segunda, à direita, era leve, de pinho ou choupo. Frágil. A mola parecia pronta para saltar a qualquer momento, embora o anúncio dissesse: “extra durável”.
Uma ainda cumpria o seu propósito, silenciosamente resistente.
A outra… já parecia descartável desde o nascimento.
Uma sobreviverá por mais décadas.
A outra logo terminará num aterro sanitário.
Na palma da mão, dois objetos.
E entre eles, a história de um mundo que trocou durabilidade por pressa, solidez por aparência, permanência por conveniência.
Às vezes, a linha do tempo não está nos livros —
mas escondida em coisas simples que usamos sem pensar.
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O raio-X foi descoberto por acidente

 Ele recebeu o 1° Prémio Nobel de Física da história pela descoberta.

O raio-X foi descoberto por acidente... enquanto um cientista brincava com tubos de vácuo!
😮
Era 1895. O físico alemão Wilhelm Röntgen fazia experiências com raios catódicos no seu laboratório quando notou algo misterioso: mesmo cobrindo completamente o equipamento com papelão preto... uma tela fluorescente próxima continuava brilhando!
🤔💡
Intrigado, ele colocou objetos entre o tubo e a tela. E o que viu deixou-o sem fôlego: as sombras revelavam os ossos da sua mão!
😱
Ele estava vendo o invisível. Tinha descoberto uma nova forma de radiação, que chamou de raio-X, porque ainda não sabia exatamente o que era.
Dias depois, fez o primeiro raio-X da história: a mão da sua esposa, onde seus ossos apareciam claramente... junto com a aliança dela!
💍🦴
Essa descoberta revolucionou a medicina, a ciência forense e a tecnologia. Em 1901, Röntgen recebeu o primeiro Prémio Nobel de Física pela descoberta.
Tudo graças a uma experiência inesperada... e uma mente que não ignorou o incomum.
🌟
⚡
Então, da próxima vez que vir um raio-X, lembre-se: está olhando o resultado de um “acidente” que nos ensinou a ver além da pele.
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13 de Junho de 1888 - Fernando Pessoa

 13 de Junho de 1888 : Nasce Fernando António Nogueira Pessoa.

Poeta, ficcionista, dramaturgo, filósofo, prosador, Fernando Pessoa é, inequivocamente, a mais complexa personalidade literária portuguesa e europeia do século XX.
O primeiro poema de Fernando Pessoa
Numa carta de 1935, a Adolfo Casais Monteiro, Fernando Pessoa afirma que tinha seis anos quando começou a interagir com o cavaleiro francês Chevalier de Pas, com quem trocava cartas e “cuja figura, não inteiramente vaga, ainda conquista aquela parte da minha afeição que confina com a saudade”.
É na escrita que encontra consolo para o seu isolamento, principalmente após a morte do pai e, um ano mais tarde, do irmão. Sensivelmente nesta altura, escreve aquele que que pode ser considerado o seu primeiro poema, dedicado à sua mãe:
“Ó terras de Portugal / Ó terras onde eu nasci / Por muito que goste delas / Inda gosto mais de ti.”
in Vida e Obra de Fernando Pessoa - História de uma Geração. João Gaspar Simões. Lisboa: Bertrand, 1951. - 55
Arquivo Pessoa
Via Bertrand Livreiros
May be an image of 1 person and text that says "À minha querida mamã Ó terras de Portugal Ó terras onde eu nasci Por muito que goste delas Inda gosto mais de ti. Fernando Pessoa. 26-7-1895 26- Bertrand, Bertrand,SamosLivros SomosL Desde Desde1732 1732"

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