sábado, 21 de junho de 2025

Otto von Bismarck e o paparazzi moderno

 30 de julho de 1898. O homem que forjou o Império Alemão, Otto von Bismarck, tinha acabado de morrer. Mas a sua morte, longe de encerrar uma era com dignidade, abriu um dos primeiros grandes escândalos mediáticos da história moderna.

Poucas horas após o seu falecimento, dois fotógrafos de Hamburgo — ávidos de fama e dinheiro — infiltraram-se na sua residência em Friedrichsruh. Eles tinham subornado o guarda florestal para saber quando seria o momento exato. Eles entraram por uma janela, manipularam o corpo, arrumaram a almofada, mexeram os ponteiros do relógio da mesa de cabeceira e dispararam a câmera dele.
O resultado: a primeira fotografia roubada de uma figura pública no seu leito de morte. Uma imagem que seria vendida por 30.000 marcos e a promessa de 20% de lucros futuros. Mas o sonho tornou-se um pesadelo. Eles foram descobertos, presos e condenados. A fotografia, manchada de escândalo e mórbida, não veria a luz pública até 1952, quando foi publicada no Frankfurter Illustrierte.
O que vemos hoje como uma simples imagem antiga foi, na altura, um aviso. Porque nesse dia, não morreu apenas Bismarck.
Nesse dia, também nasceu o paparazzi moderno.
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